Efeitos configuracionais do crescimento fragmentado e da resiliência espacial em malhas viárias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Maciel, Filipe Bassan Marinho
Orientador(a): Zampieri, Fabio Lúcio Lopes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/263394
Resumo: A resiliência espacial, na morfologia urbana, refere-se à capacidade das malhas viárias municipais suportarem distúrbios ou alterações em suas partes, limitando, em certa medida, mudanças em sua configuração espacial e na estrutura urbana como um todo, preservando a sua funcionalidade diante de externalidades. O limiar de resiliência de uma malha viária, baseado unicamente em sua forma urbana, carece de um parâmetro de referência estabelecido de forma precisa. No entanto, é possível utilizar variáveis morfológicas que permitem medir essa propriedade e realizar comparações entre diferentes municípios. Essas variáveis, originalmente desenvolvidas para avaliar os impactos negativos de supressões de malha decorrentes de desastres naturais, estão sendo aplicadas nesta pesquisa em um contexto distinto. O foco deste estudo está nos efeitos adversos do crescimento fragmentado das cidades, caracterizado por expansões urbanas que se distanciam dos padrões esperados de conectividade e integração espacial com a malha viária preexistente. Esse fenômeno pode ser atribuído a práticas especulativas, falta de regulamentação adequada ou aplicação inconsistente das regulamentações existentes. Como resultado, surgem potenciais externalidades negativas, como o aumento das distâncias e tempos de deslocamento, a concentração de tráfego em determinadas vias, dificuldades na mobilidade de pedestres e veículos, o aumento do consumo de combustíveis e das emissões de poluentes atmosféricos, a dependência excessiva de modais de transporte específicos, o declínio dos espaços públicos e a preocupação com a segurança pública. Assim, esta pesquisa questiona a relação entre o nível de resiliência espacial de uma malha preexistente e o impacto causado pelo crescimento fragmentado na configuração espacial da malha resultante. A hipótese levantada é que uma malha viária que mantém ou aumenta sua resiliência espacial tem maior capacidade de absorver os efeitos do crescimento fragmentado, mantendo sua configuração espacial mais estável. O objetivo geral é analisar o comportamento e a capacidade de resiliência de malhas viárias de diferentes configurações frente a distintos parâmetros de crescimento fragmentado. Tendo como marco teórico metodológico a sintaxe espacial, foram criados dois tipos de modelos configuracionais de malhas viárias em evolução: modelos teóricos, que representam malhas hipotéticas, e modelos empíricos, que representam as malhas dos municípios de Santa Maria e Pelotas, no Rio Grande do Sul, em três períodos distintos. Em cada modelo foram anexadas pequenas malhas fragmentadas, com variações combinadas de traçado, peso e local de acoplamento, analisando se a variação percentual da integração global média, da inteligibilidade e do índice de resiliência da malha resultante. Os resultados corroboraram a hipótese e a importância dos aspectos configuracionais na expansão da malha viária, permitindo antecipar impactos dos padrões morfológicos na construção das cidades e tomar decisões conscientes para planejar um ambiente urbano mais integrado, seguro e sustentável. A criação de reservas de anelaridade é proposta como uma estratégia preventiva e mitigatória para aumentar a resiliência da malha viária e reduzir a sua fragmentação espacial.