Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Macana, Esmeralda Correa |
Orientador(a): |
Comim, Flavio Vasconcellos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/109267
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Resumo: |
Esta tese se compõe de três ensaios que conjuntamente pretendem explorar o papel da família no desenvolvimento humano, destacando especialmente sua função de cuidado na primeira infância e sua influência na formação das habilidades cognitivas e socioemocionais. A hipótese geral parte da premissa que a família é o espaço social com maior influência no desenvolvimento infantil e que determina inclusive os efeitos que outros espaços de educação e cuidado como a creche podem ter nos resultados das crianças. A família representa uma rede de cuidados e afetos, mas também pode constituir um lugar de privações para o bem-estar humano. As características das famílias tanto estruturais como de dinâmicas internas definem os fatores de proteção e os fatores de risco para o desenvolvimento infantil. Nesse sentido, no primeiro ensaio realiza-se uma discussão teórica a partir de abordagens da psicologia e da neurociência sobre como as experiências na família e nos períodos sensíveis da infância determinam resultados das crianças, definindo, por exemplo, o desenvolvimento do cérebro e da personalidade. Nessa linha, apresentam-se as práticas parentais positivas e os estilos parentais participativos como referências para ambientes adequados e de estímulo. O ensaio também analisa o conceito de resiliência e que permite identificar fatores que explicam por que algumas crianças que ainda expostas a ambientes adversos podem atingir boas competências e desempenho. De igual forma, o ensaio discute sobre as habilidades cognitivas e não cognitivas e o papel central das emoções no desenvolvimento humano. No segundo ensaio, avalia-se o desenvolvimento infantil do Chile contemplando diferentes dimensões das crianças, como a cognitiva, socioemocional e motricidade. Considera-se também, ao mesmo tempo, a influência de fatores familiares sobre o nível de desenvolvimento atingido pelas crianças. Para esse objetivo aplica-se o modelo “Multiple Indicator Multiple Causes – MIMIC” que faz parte dos Modelos de Equações Estruturais (SEM). Neste artigo, também se operacionaliza parte da concepção da Abordagem das Capacitações fundamentada por Amartya Sen e Martha Nussbaum ao considerar as oportunidades das crianças atingirem seu desenvolvimento de acordo às condições impostas por suas famílias, seja por suas características estruturais ou socioeconômicas como a renda ou por dinâmicas interna da família associadas ao grau de sensibilidade, práticas de envolvimento parental e exercício de práticas de disciplina. Por fim, no terceiro ensaio avaliam-se os efeitos da creche no desenvolvimento cognitivo e socioemocional das crianças chilenas de 4 a 5 anos, condicionado às características da família, como o status socioeconômico, o grau de sensibilidade materna e as práticas de envolvimento parental. Os resultados mostram que a maior exposição à creche tem maiores benefícios nas habilidades cognitivas de crianças de baixo status socioeconômico do que nas crianças de famílias de maior status. No entanto, há evidências de efeitos negativos da creche sobre os resultados das crianças quando o grau de sensibilidade e envolvimento parental é baixo. Desta forma, este ensaio contribui ao entendimento da importância do engajamento parental para que programas de cuidado à infância como a creche tenham maior sucesso e possam cooperar no desenvolvimento infantil. |