Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Botelho, Kedilen Dutra da Silva |
Orientador(a): |
Silva, Carmem Luci da Costa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/255623
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Resumo: |
O presente trabalho interessa-se pela literatura abordada pelo ponto de vista da Linguística, sobretudo da teoria da linguagem de Émile Benveniste e suas interlocuções com o signo saussuriano. Nesse sentido, tomamos as notas manuscritas de Benveniste transcritas e publicadas por Chloé Laplantine na obra nomeada Baudelaire (2011) como objeto de estudo. As perguntas disparadoras desta reflexão são: como o signo poético pode ser entendido no manuscrito Baudelaire? Considerando o debate sobre signo linguístico, nas obras de Saussure e Benveniste, como pensar o signo poético? Diante disso, o objetivo geral é investigar no manuscrito Baudelaire como podem ser entendidos, considerando o pensamento inacabado do linguista sírio-francês, a significação e o funcionamento do signo poético. A partir daí, derivam três objetivos específicos: a) verificar como estudiosos exploraram as notas manuscritas de Baudelaire para destacarem noções e conceitos chaves nessas notas, com o propósito de construir um ponto de vista para este trabalho; b) compreender como o signo é concebido na teorização benvenistiana levando em consideração termos e noções relacionadas em textos do linguista, como também em relação à noção de signo saussuriana e, por fim, c) analisar como o signo poético é concebido por Benveniste a partir de um exame das notas do dossiê Baudelaire. Haja vista os objetivos e as perguntas norteadoras da pesquisa, o percurso teórico-metodológico a ser desenvolvido diz respeito a um estudo intrateórico, sendo analisadas as notas reflexivas ligadas às formulações teóricas (FENOGLIO, 2019). Assim, a entrada no manuscrito se dará pelo viés conceitual, cujos critérios são, primordialmente, a noção de signo poético atrelada à noção de palavra, seguida dos princípios da significação, do funcionamento e da evocação. Para tanto, o estudo organiza-se em três capítulos. Em um primeiro momento, buscamos estabelecer as bases teórico-metodológicas para a leitura dos fólios; para isso, revisitamos estudos que já tomaram o dossiê Baudelaire como objeto de estudo com a finalidade de compreender as chaves de leitura mobilizadas pelos pesquisadores, como também suas análises, para o trabalho com os manuscritos benvenistianos. Em um segundo momento, exploramos o signo linguístico na teorização de Ferdinand de Saussure para colocar em relação com a reflexão proposta por Émile Benveniste. Em um terceiro momento, adentramos nos manuscritos do linguista sírio-francês, tendo como ponto de partida o fólio fº 5 / fº 57, para examinar como o linguista compreende o que denomina de signo poético e sua relação com a noção de evocação. Os resultados sugerem que Émile Benveniste rumina (FENOGLIO, 2019) o signo poético, trazendo a ideia de que este é materialmente idêntico ao signo linguístico, porém, forma e sentido engendram-se distintamente em relação à dupla significante e significado, descrição conhecida do signo linguístico saussuriano. Desse modo, a díade supracitada não é suficiente para a descrição do signo poético, precisando ser repensada de forma trina ao se identificar a propriedade de evocação da língua poética, que não é uma característica suplementar a ser acrescida ao domínio semiótico, mas sim uma faculdade individual e específica (DESSONS, 2006). Benveniste, nas notas manuscritas de Baudelaire, traz o signo poético como contendo a seguinte tríade: a evocação, o evocante e o evocado. Sendo assim, o linguista defende que o signo poético, engendrado no funcionamento do discurso poético, evoca uma “realidade” criada pela sensibilidade e emoção, que se atrela à experiência poética. Está-se, enfim, diante da língua de um só poeta, que não envolve somente o partilhado socialmente. Finalmente, este estudo espera contribuir com os estudos da linguagem desenvolvidos a partir da teoria da linguagem benvenistiana que propõem uma interlocução com os estudos literários visando uma teoria da linguagem que possa ter efeitos em uma teoria da literatura. |