Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Bertolazi, Alessandra Naimaier |
Orientador(a): |
Hidalgo, Maria Paz Loayza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/263363
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Resumo: |
Um grande evento com risco de vida, como a exposição a um grande incêndio, pode resultar em lesões físicas e/ou traumas psicológicos. As consequências psicológicas incluem uma ampla gama de psicopatologias, onde o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é uma das psicopatologias mais comumente estudadas após desastres. A relação entre sono e TEPT parece ser bastante complexa. Medidas subjetivas do sono identificaram significativamente mais queixas de sono associadas à presença de TEPT em indivíduos expostos ao trauma quando comparados a controles saudáveis ou sobreviventes de trauma sem TEPT. Além disso, um número considerável de trabalhos científicos têm indicado associações entre queixas relacionadas ao sono e maior gravidade dos sintomas de TEPT entre os diferentes grupos analisados. Ademais, alguns estudos sugerem que queixas de sono possam predizer sintomas de TEPT ao longo do tempo. No entanto, poucos estudos compararam amostras de equipes de resgate e sobreviventes de um grande desastre, permitindo uma comparação direta entre os dois grupos expostos ao mesmo evento potencialmente traumático. Assim, este trabalho objetivou investigar a relação entre os sintomas de TEPT e as características subjetivas do sono em pessoas expostas ao incêndio da boate Kiss, Santa Maria, RS, Brasil. No artigo 1, realizou-se análise transversal para avaliar a prevalência de TEPT e a qualidade do sono em vítimas e socorristas que foram expostos ao evento. Além disso, foram analisados quais dados subjetivos do sono estavam mais relacionados à presença de sintomas de TEPT. Uma alta prevalência de sintomas de TEPT e má qualidade do sono foi encontrada no primeiro ano após o evento e a disfunção diurna foi o parâmetro subjetivo do sono mais associado ao TEPT. O primeiro artigo destaca-se também pela análise comparativa realizada entre vítimas e socorristas. No artigo 2, avaliou-se a relação dos parâmetros subjetivos iniciais do sono e fatores adicionais associados com a evolução dos sintomas de TEPT ao longo de 4 anos em indivíduos expostos ao incêndio. Com as análises realizadas, constatou-se que a presença de queixas de sono, especialmente aumento da latência para iniciar o sono, presença de sonhos perturbadores e menor duração do sono, na apresentação inicial após o incêndio foi consistentemente associada à perpetração de sintomas de TEPT nos 4 anos de acompanhamento. Assim, esses achados sugerem que a presença de queixas relacionadas ao sono na apresentação inicial após a exposição a um evento traumático podem predizer a persistência de TEPT em médio e longo prazo. Pesquisas futuras são importantes para validar esses achados em outras populações expostas a diferentes tipos de trauma, bem como para explorar as diferentes trajetórias dos sintomas de TEPT e abordagens terapêuticas focadas nas queixas de sono com o intuito de reduzir a intensidade e a persistência dos sintomas de TEPT . |