Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Yeh, Mary Sau Ling [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67166
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Resumo: |
Introdução: A violência sexual é um problema de saúde pública e está associada à maior risco de desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Os pesadelos e a insônia são queixas frequentes e considerados sintomas centrais no TEPT. Os distúrbios do sono estão associados com alterações no sistema imunológico e desempenham papel fundamental no desenvolvimento e evolução deste transtorno, enfatizando a importância de estudos do sono no TEPT . Objetivos: Investigar o padrão de sono em mulheres com TEPT, vítimas de violência sexual, e sua associação com marcadores inflamatórios. Métodos: Participaram deste estudo, longitudinal e prospectivo, setenta e quatro mulheres com TEPT (grupo TEPT) que sofreram violência sexual, com intervalo máximo de seis meses do evento traumático, e sessenta e quatro mulheres saudáveis sem história de violência sexual (grupo Controle). A primeira avaliação foi realizada no momento basal (T1). As participantes foram avaliadas clinicamente e as seguintes escalas foram aplicadas: Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional (MINI), Escala de TEPT Administrada pelo Clínico (CAPS-5), Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh addendum para TEPT (PSQI-A), Índice de Gravidade de Insônia (IGI), Escala de Sonolência de Epworth (ESE), Escala de Impacto de Fadiga Modificada (MFIS). Também foram realizados exame de polissonografia (PSG) e dosagem sérica de IL-1β, IL-6, PCR e TNF-α. As participantes do grupo TEPT foram randomizadas para receber tratamento com sertralina ou psicoterapia interpessoal (IPT) por 14 semanas. Após o ensaio clínico, as participantes foram acompanhadas até completar um ano, com o tratamento usual, conforme a necessidade. A segunda avaliação do grupo TEPT foi realizada após um ano de seguimento (T2), sendo repetidas as avaliações clínicas, PSG e dosagens dos marcadores inflamatórios. Resultados: O grupo TEPT apresentou pior qualidade do sono (p<0,001) na escala subjetiva do sono e diminuição do tempo total do sono (p=0,05) na PSG, porém, sem diferença com relação à sonolência excessiva diurna (p=0,84) em comparação ao grupo Controle. Após 1 ano de estudo, o grupo TEPT apresentou melhora significativa dos sintomas do TEPT (p<0,001) e depressão (p<0,001). No entanto, apesar da melhora significativa da qualidade do sono (p=0,001) e da gravidade da insônia (p<0,001), as pacientes ainda apresentavam uma qualidade do sono ruim (PSQI=6,81), insônia (IGI=7,73) e fragmentação do sono (ID=13,44). A melhora da gravidade dos sintomas do TEPT estava significativamente associada à melhora da qualidade do sono (p=0,03). Além disso, houve aumento significativo dos níveis dos marcadores inflamatórios IL-1β (p<0,001), PCR (p<0,001) e TNF-α (p<0,001) após um ano e esse aumento não estava associado aos sintomas do TEPT. O aumento dos níveis de TNF-α, PCR e IL-6 estava associado à diminuição do sono de ondas lentas (p=0,018), gravidade de insônia (p=0,012) e fragmentação do sono (p=0,024) respectivamente. Conclusão: Neste estudo, o aumento das citocinas pró-inflamatórias estava associado com a gravidade da insônia, fragmentação do sono e diminuição do sono profundo, sugerindo a associação desses imunomoduladores com os distúrbios do sono no TEPT. A restrição e a fragmentação crônica do sono no TEPT podem estar associadas à gradual e persistente alteração no sistema imune, resultando em processo inflamatório crônico. Diante disso, as mudanças que ocorrem no sistema imunológico por causa da privação de sono podem ser um fator de risco para diversas patologias como as doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Portanto, a restauração do sono pode, não apenas contribuir para a redução dos sintomas de TEPT, mas também, redução da resposta inflamatória sistêmica nesta amostra de mulheres com TEPT. |