Avaliação do desempenho de um instrumento de determinação dos níveis de assistência nutricional em predizer longa permanência, infecção e óbito hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Tainara Aloy dos
Orientador(a): Almeida, Jussara Carnevale de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/198933
Resumo: O processo de cuidado nutricional deve ser fornecido em uma sequência sistemática que envolve etapas inter-relacionadas distintas: triagem de risco, avaliação nutricional (identificação de problemas em nutrição), intervenção e monitoramento dos resultados. Os pacientes são classificados em níveis de assistência nutricional (NA) de acordo com o risco nutricional e complexidade do cuidado necessário. O Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) construiu um instrumento para triagem e avaliação nutricional com o intuito de determinar os NA. O objetivo desta dissertação de mestrado foi avaliar o desempenho do instrumento de determinação dos NA em predizer longa permanência, infecção e óbito hospitalar. Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo utilizando dados secundários de adultos e idosos admitidos consecutivamente em unidades de internação hospitalar de Janeiro a Dezembro de 2015. Apenas a primeira avaliação de cada paciente foi considerada e os dados demográficos, clínicos, antropométricos e fatores de risco nutricionais foram obtidos dos prontuários eletrônicos. Para a determinação do NA foram considerados idade, IMC no momento da internação e a presença de fatores de risco nutricional (perda de peso, ingestão alimentar, severidade da doença, sintomas gastrointestinais, necessidade de suporte nutricional, presença de febre, ulcera de pressão ou acumulo de fluidos, capacidade funcional, proteínas séricas). Os pacientes foram classificados em NA1, NA2, NA3 ou NA4. Foram incluídos 5114 pacientes (média de idade de 60 ± 17 anos, 50,6% homens e 59,5% admitidos em unidades cirúrgicas). Destes, 26% tiveram internação prolongada, 16,1% apresentaram infecção hospitalar e 2,7% foram a óbito. Pacientes com NA>3 tiveram maior risco de longa permanência hospitalar, infecção e mortalidade do que pacientes NA<3. Áreas sob a curva ROC significativas demonstraram desempenho satisfatório da classificação de pacientes com alto risco (NA>3) para os três desfechos, principalmente mortalidade [AUC = 0,79 (IC 95% 0,76-0,83)]. A identificação precoce de pacientes com alto risco é necessária para a adoção de estratégias nutricionais intensivas durante a internação hospitalar. Avaliar a efetividade destas estratégias adotadas ainda precisa ser feita.