“Batalha não é rolê porque Batalha é minha vida” : etnografia de narrativas sônicas com MCs de Batalha na Região Metropolitana de Porto Alegre - RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Muck, Bruno Affonso
Orientador(a): Lucas, Maria Elizabeth da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/251983
Resumo: Esta dissertação consiste em um estudo etnomusicológico das práticas sonoro-musicais de MCs participantes em Batalhas de Rap, especificamente na modalidade Sangue, no território urbano da Região Metropolitana de Porto Alegre. Desdobro um percurso sonoro-etnográfico de escuta desenvolvido em torno do duelo de rimas improvisadas através das narrativas sônicas elaboradas em diálogo com interlocutores de pesquisa durante a pandemia, a fim de compreender os sentidos e discursos sociais que produzem em suas performances a partir da premissa de atacar e responder o oponente na Batalha de Sangue. Procurando aprender a ouvir prioridades estilísticas e político-culturais atinentes às sonoridades do Rap e da Cultura Hip-Hop, abordo a Batalha de MCs como um processo de performance eminentemente dialógico, em que procedimentos de intermusicalidade enraizados em sensibilidades estéticas afrodiaspóricas oferecem uma chave para interpretá-la como um modo de conhecer (o mundo) por meio da escuta e da produção sonora. Proponho que, à medida que MCs de Batalha incorporam pautas de representatividade étnico-racial e/ou de gênero na dinâmica de ataque e resposta da Batalha de Sangue, demarcam tais espaços performatizando identidades narrativas como um meio de empoderamento para enfrentar batalhas cotidianas contra sistemas de opressão diversos e sobrepostos. Enfim, discuto como as dinâmicas de interação da roda de rima propõem engajamentos acústicos aos quais está condicionada sua capacidade de agência sobre os ambientes sonoros co-habitados e co-produzidos no espaço urbano, bem como suas implicações sobre modos de perceber e experienciar relações sociais, vínculos afetivos e pertencimentos referentes a categorias como lugar social e localidade no território urbano da Região Metropolitana de Porto Alegre.