Ensaios sobre mercado de trabalho no Brasil : doenças cardiovasculares, contatos pessoais e empreendedorismo feminino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Victor Rodrigues de
Orientador(a): Balbinotto Neto, Giacomo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/178517
Resumo: Esta tese é composta por três ensaios sobre o mercado de trabalho brasileiro, cada um correspondendo a um capítulo. O primeiro ensaio identifica se há uma relação entre doenças cardiovasculares e salários no Brasil com base nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Utilizaram-se os métodos de regressão quantílica incondicional e de decomposição para quantis por meio de funções de influência. Os resultados das regressões indicaram que, para os trabalhadores nos primeiros decis de renda as perdas salariais podem ser significativas. Para os homens, a incidência de doenças cardiovasculares pode reduzir os salários entre 0,90% e 14,80%; para as mulheres, entre 1,20% e 18%. A decomposição mostrou que homens e mulheres valorizam atributos distintos para o cômputo de seus salários e que os cuidados preventivos de saúde ajudam a explicar a menor incidência de doenças cardiovasculares no caso das mulheres. Os homens, por seu turno, apresentam maior demanda por serviços médicos em idades mais avançadas, o que é corroborado pela estimativa negativa da idade sobre o efeito atribuível às características próprias. O segundo ensaio analisa a relação entre (i) o ciclo econômico e o uso de contatos pessoais para obter emprego por meio de um modelo com parâmetros variantes no tempo; e (ii) a relação entre o uso de contatos pessoais para obter emprego e os salários utilizando-se regressão quantílica. Para tanto, foram empregados os microdados da Pesquisa Mensal de Emprego entre 2002 e 2015. As estimativas indicam que o uso de contatos pessoais tornou-se menos anticíclico ao longo do tempo Em geral, eles mostram que há mais evidências de uma relação de mudança lenta entre contatos pessoais e o ciclo econômico ao longo do tempo, em vez de uma quebra repentina e discreta. Observa-se que as diferenças salariais entre trabalhadores que usam contatos pessoais versus trabalhadores que usam outros canais desaparecem. As evidências apontam que os trabalhadores recorrem a contatos pessoais devido à avaliação de características de trabalho não pecuniárias. Por fim, o terceiro ensaio faz uma análise dos retornos do empreendedorismo feminino no Brasil para o período 1992-2015. Para tanto, faz uso dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e uma análise de regressão que incluiu os efeitos idade, período e coorte. Os resultados implicam que as mudanças que são próprias do perfil etário assumem um papel de destaque na evolução dos rendimentos das mulheres que atuam por conta própria e para as empregadoras informais (aquelas com no máximo cinco empregados). O efeito coorte permitiu um acréscimo de renda às autônomas, por meio da abertura e criação de novas oportunidades a esse segmento de mulheres. Contudo, não apresentou nenhuma correlação com os ganhos monetários das empregadoras, sugerindo a existência de “barreiras” para esse grupo. Os efeitos de curto prazo associados às flutuações econômicas tendem a ser contracíclicos, de forma geral, até 2005 e posteriormente são pró-cíclcos.