Histórias de vida de mulheres usuárias de crack

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fertig, Adriana
Orientador(a): Schneider, Jacó Fernando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/85189
Resumo: A multiplicidade de fatores imbricados na questão do consumo de substâncias psicoativas e do sofrimento psíquico, levando-se em consideração o contexto onde se inserem as mulheres usuárias de crack, despertou-me para essa problemática no intuito de conhecer as histórias de vida e relacionar o fenômeno do crack com a questão de gênero e outras facetas socioculturais. O objetivo deste estudo foi conhecer as trajetórias de mulheres que fazem uso abusivo de crack, a partir de suas histórias de vida. Trata-se de um estudo qualitativo realizado por meio do Método História de Vida, em uma unidade de internação psiquiátrica em um hospital materno-infantil do município de Porto Alegre, Brasil. A escolha das entrevistadas foi intencional e o número de participantes da pesquisa foi definido quando houve convergência das informações, totalizando seis histórias de vida. A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas abertas com a questão norteadora: “Fale-me a respeito de sua vida que tenha relação com o uso do crack”. A análise dos relatos apontou para as seguintes categorias: As mulheres e o significado de fazer uso abusivo de crack; As alterações ocorridas na vida das mulheres, repercussões e perdas ocasionadas pelo uso abusivo de crack e; Expectativas das mulheres usuárias de crack e o futuro, tratamento e apoio familiar. Os resultados encontrados revelaram que ocorre um início precoce no uso de drogas e crack, que a maioria das entrevistadas sofreu abuso sexual, físico e emocional por parte de algum familiar, que todas as entrevistadas se encontravam em situação de gestação, já tendo tido outros filhos com pais diferentes, que duas entrevistadas já estiveram em regime carcerário, que a maioria relatou ter cometido furtos para obter a droga e que todas já se prostituíram para conseguir o crack. O abandono por parte da família e sentimentos de culpa também foram relatados pelas entrevistadas. A expectativa em relação ao tratamento e ao futuro, abordados neste estudo, possibilitou descrever a esperança que as usuárias possuem e o desejo reiterado em vários momentos, em todos os depoimentos, de viverem sem o crack. Ao contar essas histórias, pretendemos dar voz a quem realmente necessitava deste espaço de acolhimento e promover subsídios para o trabalho da enfermagem em saúde mental, buscando auxiliar nos processos de interação entre usuários e trabalhadores da área de saúde mental.