Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Miller, Cristina |
Orientador(a): |
Goldani, Helena Ayako Sueno,
Kieling, Renata Rocha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/271896
|
Resumo: |
Introdução: A Falência Intestinal (FI) é uma condição clínica complexa e grave, definida pela incapacidade do trato gastrointestinal em absorver nutrientes e fluidos adequados para manutenção da vida, necessitando do suporte da nutrição parenteral prolongada. Considerada uma condição rara, a prevalência mundial varia de 14.1 a 56 casos de FI crônica pediátrica por milhão de crianças. Dados recentes apontam um aumento da taxa de sobrevida a longo prazo para mais de 90%. Crianças com FI aparentam ter um risco significativo de atraso no desenvolvimento cognitivo e psicomotor. Há uma escassez de estudos na literatura sobre o tema, faz-se necessário avaliar a população de crianças portadoras de FI em uso de nutrição parenteral (NP) prolongada sob a ponto de vista do neurodesenvolvimento com a finalidade de planejar estratégias de monitoramento e intervenção nessa população.Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi avaliar o neurodesenvolvimento, através da Escala Bayley-III, de crianças menores de 42 meses de idade portadoras de FI em uso de NP prolongada acompanhadas pelo Programa de Reabilitação Intestinal do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (PRICA-HCPA).Metodologia: Os critérios de inclusão foram criancas entre zero e 42 meses de idade com diagnóstico de FI em uso de NP prolongada por período igual ou superior a 60 dias. Os critérios de exclusão foram: crianças com diagnóstico de doença neurológica grave, malformações congênitas graves, síndromes genéticas e metabólicas. Foi aplicada a escala Bayley-III de desenvolvimento do bebê e da criança pequena (Bayley- Scales of Infant and Toddler Development) terceira edição. Foram avaliados os desempenhos cognitivo, motor e de linguagem, assim como também a presença de alterações/atrasos no neurodesenvolvimento e a identificação de fatores clínicos que se relacionam com alterações no neurodesenvolvimento.Resultados: 24 crianças de 5 a 42 meses participaram do estudo, mediana (min-max) da idade foi de 17,5 meses (5-40), 58,3% eram do sexo masculino, média da idade gestacional foi de 34,8 semanas (24-40). As pontuações gerais foram em média 1 DP abaixo da média para a idade nos domínios cognitivos, comunicação receptiva, comunicação expressiva, motricidade fina e motricidade grossa. O desempenho de 2 DP abaixo da média foi observado em 33%, 34% e 27% dos pacientes nos domínios motor, cognitivo e de linguagem, respectivamente, o que caracteriza funcionamento com atraso moderado a severo no neurodesenvolvimento, necessitando acompanhamento. Não houve associação significativa entre as variáveis clínicas relacionadas à FI e os resultados dos desempenhos nos domínios cognitivo, motor e de linguagem.Conclusão: O estudo demonstrou um comprometimento nos domínios cognitivo, motor e de linguagem em aproximadamente um terço das crianças com FI em uso de NP prolongada de um centro de referência de reabilitação intestinal no Brasil. Os resultados deste estudo reforçam a necessidade de acompanhamento e avaliações de rotina do neurodesenvolvimento destas crianças. |