Padrões de interesse alimentar em crianças com falência intestinal em uso de nutrição parenteral prolongada e reabilitadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pires, Giovana Quintana
Orientador(a): Goldani, Helena Ayako Sueno
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276563
Resumo: Introdução: Às crianças com falência intestinal (FI) necessitam que sua nutrição ocorra por via parenteral nos primeiros meses de vida, podendo manter seu uso ao longo dos primeiros anos de vida. Devido ao uso prolongado de nutrição parenteral (NP), a introdução tardia de alimentação por via oral e a sobrecarga de estímulos orais negativos nos primeiros meses de vida, as crianças com FI estão expostas a fatores de risco que propiciam o desenvolvimento de distúrbios alimentares pediátricos (DAP). Apesar de amplamente conhecido que essa população apresenta DAP, ainda são necessários mais estudos clínicos que identifiquem quais fatores têm maior influência no agravamento dos comportamentos alimentares dessa população. Objetivo: Comparar os padrões de interesse alimentar das crianças com FI em uso de NP prolongada e reabilitados do Programa de Reabilitação Intestinal em Crianças e Adolescentes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (PRICA-HCPA). Metodologia: Estudo transversal com 61 crianças acompanhadas pelo PRICA-HCPA. Os critérios de inclusão foram: crianças com diagnóstico de FI com idade entre 6 meses e 15 anos, em uso atual de NP (por período superior a dois meses) e que atingiram o desmame completo de NP (por período superior a 3 meses) em condições clínicas estáveis. Foram excluídas as crianças com doença neurológica grave, malformações congênitas graves ou transtorno do espectro autista confirmado. Foi realizada entrevista única com os pais ou responsáveis legais das crianças e utilizado o questionário autoaplicável Children’s Eating Behavior Questionnaire (CEBQ) sobre os comportamentos alimentares da criança. Para análise dos resultados, as crianças foram divididas em dois grupos: G1 (em uso atual de NP) e G2 (que já suspenderam a NP). A pontuação obtida em cada subescala do questionário foi comparada entre os grupos. Resultados: As crianças do G2 apresentaram médias significativamente melhores que as do G1 nas subescalas “resposta à saciedade” “resposta à comida” e “prazer em comer”, p<0,05. Foi realizada também a comparação entre as respostas das subescalas e o índice de dependência de NP, e houve diferença significativa (p=0,001) nas mesmas subescalas entre as crianças com alta/moderada dependência e com leve ou sem dependência. De maneira geral, as crianças do G2 apresentaram comportamentos de interesse pela comida melhores do que as do G1. Conclusão: As crianças que alcançaram a reabilitação intestinal com a suspensão do uso de NP apresentaram comportamentos indicativos de maior interesse pela comida em relação às que permaneceram usando a NP.