Indicadores de prognóstico atuais para o alcance da Autonomia Enteral em crianças com Falência Intestinal secundária a Síndrome do Intestino Curto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sandy, Natascha Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-27102023-171720/
Resumo: INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas, houve avanços significativos no manejo da Falência Intestinal (FI), que resultou em melhora dos desfechos. A obtenção da autonomia enteral (AE) é o objetivo final do tratamento na FI pediátrica. OBJETIVOS: Nosso objetivo foi avaliar os fatores prognósticos atuais para obtenção da AE na Síndrome do Intestino Curto (SIC) pediátrica e explorar o impacto do comprimento residual do intestino delgado e do cólon na obtenção da AE, em uma coorte de pacientes de seis programas de reabilitação intestinal pediátrica. MÉTODOS: Análise retrospectiva de uma coorte multicêntrica de lactentes <12 meses com SIC (n= 367) diagnosticados entre 2010 e 2015 (2017 em um centro) e acompanhados até 2019. A coorte foi classificada de acordo com a obtenção de AE vs. dependência de nutrição parenteral (NP). Os testes estatísticos incluíram um teste t-Student, qui-quadrado, log-rank para análise univariada e regressão Cox Proportional Hazards para análise multivariada. Para explorar o impacto do comprimento residual do intestino delgado e do colón no alcance da AE, um gráfico de dispersão da porcentagem do intestino residual (esperado para a idade) dividiu os pacientes em quatro quadrantes anatômicos - 50% vs. <50% de intestino delgado e cólon. Uma curva de Kaplan-Meier foi criada com base nesses estratos anatômicos. Uma análise do tempo até o evento também foi realizada comparando a EA de acordo com a etiologia (enterocolite necrosante vs. outras etiologias). RESULTADOS: A AE foi alcançada em 229 pacientes (62,3%). Na análise univariada, os pacientes que atingiram a AE apresentavam maior porcentagem de intestino delgado remanescente (54,4% vs. 30,3; p<0,0001) e comprimento residual do cólon (87,9 vs. 66,8%; p<0,001), e uma maior porcentagem desses pacientes teve a válvula ileocecal (VIC) preservada (68 vs. 26%; p<0,001). Na análise multivariada, a porcentagem de comprimento residual do cólon (Hazards ratio - HR= 1,02; Intervalo de Confiança - IC 95% 1,011,02) e do intestino delgado (HR= 1,01; IC 95% 1,011,02) e preservação da VIC (HR= 2,02; IC 95% 1,41 2,88) foram positivamente associados com o alcance da AE. A capacidade de atingir AE foi significativamente diferente entre os subgrupos anatômicos com base no teste de Log-rank (p<0,001): 80,4% dos lactentes com 50% do cólon e delgado (tempo mediano para AE - 209 dias); 62,5% com 50% do delgado e <50% do cólon (tempo mediano - 397 dias); 58,3% com <50% do delgado e 50% do cólon (tempo mediano - 1192 dias), 25,9% das crianças com <50% de ambos os intestinos. O diagnóstico de enterocolite necrosante não foi associado a uma melhor obtenção de AE (ECN vs. outras etiologias; teste Log-rank p+= 0,33). CONCLUSÕES: No geral, 62% dos lactentes com FI secundária à SIC alcançaram AE em um tempo médio de acompanhamento de 2,3 anos. A extensão da ressecção intestinal e a consequente anatomia intestinal são fatores prognósticos críticos na SIC pediátrica