Ácaros em pomares de macieiras (Malus domestica: Rosaceae) no sul do Brasil: ocorrência, caracterização de danos e efeito do manejo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rode, Priscila de Andrade lattes
Orientador(a): Ferla, Noeli Juarez lattes
Banca de defesa: Hoehne, Lucélia, Corrêa, Luiz Liberato Costa, Toldi, Maicon
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGBiotec;Biotecnologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CB
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/4356
Resumo: O Brasil está entre os maiores produtores mundiais de maçã (Malus domestica Bork: Rosaceae), com a produção concentrada principalmente na região Sul do país. Devido a alterações nos agroecossistemas, ácaros fitófagos estão atingindo o nível de dano econômico na cultura. Este estudo objetivou avaliar a acarofauna e sua dinâmica em pomares de macieiras da região Sul do Brasil, caracterizando injúrias, comportamento e manejo de ácaros em plantas de macieira. Coletas mensais no período de um ano foram realizadas em pomar convencional (Fuji e Gala) nos municípios de Muitos Capões (RS), São Joaquim (SC) e orgânicos (Gala, Fuji e Eva) no município de Antônio Prado (RS). Foram amostradas 40 macieiras por pomar, de onde eram retiradas três folhas (estratos apical, mediano e basal) e cinco amostras de vegetação espontânea /mês. O material foi triado e identificado no Laboratório de Acarologia da Univates. Testes de comportamento de espécies acarinas e avaliações de injúrias de ácaros fitófagos em macieiras foram realizados. Com os resultados obtidos foi confeccionado um manual técnico e uma chave dicotômica foi apresentada, contemplando as espécies acarinas que até o momento foram reportadas em macieiras no Brasil. Nas avaliações foram encontrados 7.193 ácaros nas macieiras e 540 na vegetação espontânea. Além disso, foram encontrados 692 ácaros da subordem Oribatida. Plantago australis Lam. (Plantaginaceae) e Vernonanthura tweediana (Baker) H. Rob. (Asteraceae) foram as espécies de vegetação espontânea com maior importância nas avaliações. Tanto em macieiras quanto em vegetação espontânea, os pomares orgânicos foram os mais diversos e os predadores mais importantes foram os Phytoseiidae. Nas macieiras, Neoseiulus californicus (McGregor) (Phytoseiidae) foi o principal predador em áreas de cultivo convencional, e teve baixa ocorrência em áreas orgânicas. Nos pomares orgânicos, espécies de Euseius foram mais abundantes. Em avaliações de laboratório foi relatado a presença de injúrias causadas por Tetranychus ludeni Zacher (Tetranychidae) em mudas de macieira. Também foi apresentado Phytoseiulus macropilis (Banks) (Phytoseiidae) como possível controlador deste fitófago. Nas avaliações de comportamento dos ácaros fitófagos, a presença de teias e pistas de coespecífico aumentou a oviposição de Panonychus ulmi (Koch) (Tetranychidae), enquanto a presença de teia e ovo de Aculus schlechtendali (Nalepa) (Eriophyidae) e Tetranychus urticae Koch (Tetranychidae) e pistas de A. schlechtendali diminuíram sua oviposição. Na avaliação de clorofila, folhas de macieira infestadas com T. urticae apresentaram maior perda de clorofila e folhas infestadas por P. ulmi e T. ludeni tiveram as médias de clorofila diminuídas nos tratamentos a partir de 25 ácaros/folha. A avaliação da perda da estabilidade de membrana elencou T. ludeni como potencial causador de injúrias em macieiras. Além disso, foi demonstrado que quanto maior o número de ácaros na superfície foliar, maior é a área danificada. Este trabalho serve de alerta à cadeia produtiva de maçãs para monitoramento das infestações e prevenção de possíveis ameaças à cultura da macieira. Estes resultados são promissores, pois embasam pesquisas sobre o potencial dos ácaros fitófagos da macieira, e à interação entre esses herbívoros, e deles com os predadores.