O enfrentamento à pandemia da covid-19 : uma análise do trabalho e do acesso à informação de enfermeiras que atuam no SUS em um município brasileiro

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Costa, Anelise
• Orientador(a): Warmling, Cristine Maria
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Atenção primária à saúde; Educação em saúde; Sistema Único de Saúde; COVID-19; Enfermagem; Acesso à informação; Pessoal de saúde
• Palavras-chave em Inglês: Basic attention; Hospital; Nursing; Biosecurity
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/250522

Introdução: O contexto da chegada da pandemia da Covid-19 no Brasil impôs a rápida união de esforços para reorganizar a atenção e o controle da doença aos responsáveis pelas políticas de saúde nos níveis dos entes federados, Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde de Estados e Municípios. A excepcionalidade da doença, associada ao panorama crítico de alta gravidade da situação, expressa pelo número de mortos e infectados, exigiu alto grau de incorporação de inovação de protocolos e práticas de trabalho na saúde. Objetivo: O objetivo principal do estudo é analisar o trabalho e o acesso à informação adotados por enfermeiras no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Sistema Único de Saúde em um município da região Sul do Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso do tipo único e holístico com abordagem mista (quantitativa e qualitativa). Participaram do estudo 20, das 41 enfermeiras que atuam no Sistema Único de Saúde do município cenário do estudo, sendo que 18 enfermeiras responderam a um questionário on-line disponibilizado pela rede WhatsApp (entre fevereiro/agosto de 2021) e 4 enfermeiras em cargos de gestão da rede participaram de entrevistas presenciais abertas, guiadas por um roteiro com duração média de 30 minutos (gravadas e transcritas), realizadas em outubro de 2021. Resultados: A caracterização das participantes do estudo demonstra que 90% são do sexo feminino. Quanto às modificações na prática de trabalho das enfermeiras durante a pandemia, 38,8 % das participantes se apoiaram em diretrizes oficiais dos órgãos de saúde para realizar mudanças de acordo. Em relação a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual a máscara cirúrgica é referida como a mais utilizada, com 94,4% das trabalhadoras relatando usar sempre, porém a máscara N95 apresenta taxa bem menor de utilização, apenas 55,5% responderam sempre utilizá-la. O protetor facial destaca-se com menor índice de utilização referido em 22,2% das respostas das participantes. Em termos de disponibilidade dos Equipamentos de Proteção Individual, as respostas para todos os itens atingiram índices que superam 70%. Observa-se que 77,7% dos trabalhadores referem sempre terem recebido orientações sobre as medidas necessárias a serem tomadas durante a pandemia, mas apenas 50% das participantes sentiam-se na maioria das vezes preparadas para atender os casos de Covid-19. Em 38,8% das respostas, os profissionais sempre seguiam a sequência de desparamentação dos Equipamentos de Proteção Individual. A nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) nº 04/2020 foi o documento com informações sobre biossegurança mais referido como acessado por 72,2% das trabalhadoras. A saúde mental das enfermeiras se tornou vulnerável e o estudo aponta que 38,8% se sentem às vezes ansiosas e 22,2% na maioria das vezes, indicando que o sentimento de ansiedade fez parte do cotidiano de trabalho das enfermeiras participantes do estudo. Considerações Finais: A prática profissional das enfermeiras durante a pandemia sofreu intensas adequações para a necessidade de resposta sanitária de urgência que exigiu a pandemia. O estudo aponta o esforço da gestão municipal na condução do controle da pandemia. Observa-se que o acesso à informação ocorreu por meio das orientações do próprio município e da nota técnica da ANVISA. O estudo aponta para a importância de processos de Educação Permanente em Saúde frequentes, significativos e que tenham aplicabilidade nas realidades dos serviços.