Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Swirsky, Luciane Godolfim |
Orientador(a): |
Traversini, Clarice Salete |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/212024
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Resumo: |
Esta pesquisa foi inspirada no conceito de infâmia (FOUCAULT, 2006) e pretendeu dar visibilidade ao exercício sem fama e, muitas vezes, sem reconhecimento do professor em sala de aula, objetivando analisar as implicações do atravessamento das contingências no exercício da docência em sua relação com o currículo em uma turma do segundo ano do Ensino Fundamental. Quanto mais rápido é um movimento, menos detalhada é nossa percepção sobre ele, portanto, como meio para desacelerar o ritmo frenético do cotidiano escolar e fazer existir o detalhe no micro espaço da sala de aula a autoetnografia foi usada como metodologia para a produção dos dados no átimo de seu acontecimento. Este estudo qualitativo associou a perspectiva da autoetnografia à tecnologia digital, oferecendo novos arranjos para a pesquisa, neste momento em que vivemos uma mudança no paradigma comunicacional. O aplicativo para dispositivos móveis WhatsApp, por sua característica dialógica e pela segurança que oferece aos dados, protegidos por criptografia e de fácil recuperação, foi a ferramenta eleita para a elaboração de um áudio-diário contendo os registros feitos por mim, professora-pesquisadora, das situações, dos movimentos, das reações e das implicações do cotidiano da sala de aula. No WhatsApp os registros foram compartilhados em um grupo intitulado Diário de pesquisa no qual foram incluídos a professora orientadora e o técnico que fez a transcrição dos excertos. O corpus empírico referiu os registros do ano letivo de 2018 na turma do segundo ano do Ensino Fundamental de uma escola pública municipal em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A pesquisa foi desenvolvida na interseção de três conceitos que funcionaram como operadores teóricos e metodológicos: o currículo, entendido em seu aspecto macro como educação maior (políticas curriculares) e micro como educação menor (sala de aula); a contingência, tomada como acaso, incerteza no desenrolar de um tempo presente em plena atualidade e o exercício docente, tornado visível por esse cruzamento. Registrar as contingências que interpelaram a docência em seu acontecer cotidiano foi deveras importante para dar a dimensão dos atravessamentos que implicam no exercício da docência. A contingência foi um conceito estruturado com base em teorizações foucaultianas, amarrado à noção de atualidade e à ontologoia histórica do presente enquanto tarefa da crítica deste tempo. A contingência é uma noção que carrega tanto um fator de imprevisibilidade e acaso quanto de datação. Dentre os achados, quatro tipos mais recorrentes de contingências vivenciadas em sala de aula foram estudadas: aquelas ligadas 1) ao tempo; 2) às relações entre os sujeitos; 3) ao aleatório; 4) ao currículo em funcionamento. O exercício da docência, materializado na ação miúda da professora em sua sala de aula e construído em meio a situações incertas, cambiantes e produtivas, revelou um universo outro, repleto de rupturas e descontinuidades que produziu, de um modo possível, o currículo que praticou: um currículo-contingente. |