Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Corrêa, Lauis Brisolara |
Orientador(a): |
Chies, Tatiana Teixeira de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/139233
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Resumo: |
O “complexo Sisyrinchium vaginatum” (Iridaceae) compreende as espécies pertencentes à seção Viperella, caracterizada por plantas apresentando folhas basais ausentes a muito reduzidas, com caule aéreo ancipitado, flores amarelas e folhas com bainha desenvolvida. Fazem parte deste complexo as espécies Sisyrinchium ciliolatum (Ravenna) Ravenna, S. deflexum R. C. Foster, S. marchioides Ravenna, S. perpruinosum (Ravenna) Ravenna, S. reitzii R. C. Foster, S. scalarium Ravenna, S. sinuosum Ravenna, S. sulcatum Gillies ex Hook., S. tenuifolium Humb. & Bonpl. ex Wild., S. tereticaule Ravenna S. alatum Hook., S. alatum var. minor Rusby, S. balansae Baker, S. distantiflorum Kränzlin, S. glaziovii Baker, S. incurvatum Gardner ex Hook., S. mandonii Baker, S. marchio (Vell.) Steud., S. parvifolium Baker, S. restioides Spreng., S. sulcatum Gillies ex Hook., S. vaginatum Spreng., S. weirii Baker. São plantas perenes com representantes distribuídos nas Américas do Sul, Central e México. No Sul do Brasil, observações de campo têm permitido verificar a existência de uma grande variação morfológica, principalmente vegetativa. Todas as espécies estudadas apresentaram número básico de cromossomos x = 9, sendo em sua maioria diplóides (2n = 18). Os números cromossômicos descritos na literatura para espécies deste grupo eram restritos a S. alatum (2n = 4x = 36), para o Mexico e Peru Não foram relatados anteriormente diplóides ou hexaplóides para estas espécies. Poucos estudos abordaram aspectos do sistema de cruzamento deste gênero e nenhum estudo acessou a diversidade genética encontrada neste grupo taxonômico. Em vista da escassez de estudos sobre a biologia e diversidade genética das espécies componentes do “complexo S. vaginatum” e sua importância como grupo de espécies nativas, além da categorização de Sisyrinchium vaginatum como espécie em perigo de extinção, este trabalho aliou métodos citogenéticos e moleculares, com o uso de marcadores dominantes do tipo ISSR-PCR para caracterizar as espécies deste complexo que ocorrem no Sul do Brasil. As espécies apresentaram-se bem definidas com o uso das ferramentas utilizadas nesse estudo, sendo que a maior parte da variação existente encontrou-se em nível intrapopulacional. A maioria das espécies que ocorre nestes três estados é diplóide, 2n = 2x = 18. Dentre as sete espécies ocorrentes no Rio Grande do Sul, seis (S. balansae, S. parvifolium, S. restioides, S. vaginatum, Sisyrinchium sp. nova 2 e Sisyrinchium sp. nova 3) são diplóides e apenas uma espécie é tetraplóide (S. marchioides), 2n = 4x = 36. Enquanto que para o estado de Santa Catarina foram encontradas sete espécies diplóides (S. alatum, S. balansae, S. parvifolium, S. restioides, S. vaginatum, S. vaginatum perpruinosum e Sisyrinchium sp. nova 1) e duas espécies tetraplóides (S. marchioides e S. marchio). Contudo, para o estado do Paraná foi encontrada uma espécie hexaplóide (S. weirii), 2n = 6x = 54, duas espécies tetraplóides (S. marchioides e S. marchio) e cinco espécies diplóides (S. alatum, S. balansae, S. parvifolium, S. restioides, S. vaginatum). A poliploidização possui maior relevância em maiores altitudes, onde as espécies poliplóides são encontradas. Com isso, o único acesso tetraplóide encontrado no Rio Grande do Sul foi coletado apenas em regiões serranas. Os marcadores ISSR foram utilizados para a construção de um dendrograma. Observa-se no dendrograma que as espécies poliplóides não estão agrupadas. Um agrupamento bem suportado (bootstrap de 96%) foi constituído pelas espécies S. vaginatum (2n = 18), S. marchioides (2n = 36) e S. restioides (2n = 18). No extremo oposto a este grupo, encoutrou-se a espécie S. palmifolium, na forma de um agrupamento externo, concordando com a morfologia, já que esta faz parte de um grupo de espécies próximas a este complexo. Os estudos reprodutivos mostraram que S. vaginatum é auto-incompatível, sendo sua polinização completamente dependente de vetores, principalmente abelhas coletoras de pólen e sirfídeos no Estado do Rio Grande do Sul. Estes resultados mostram que a complexidade encontrada neste grupo é devida a múltiplos mecanismos evolutivos, confirmando a necessidade de que diferentes abordagens sejam utilizadas na caracterização desta diversidade e de suas consequências evolutivas. |