Metáforas do leitor : presença da ditadura civil-militar na literatura infantojuvenil brasileira contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Schimeneck, Antônio
Orientador(a): Oliveira, Rejane Pivetta de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259221
Resumo: A presente pesquisa analisa obras contemporâneas voltadas ao público infantojuvenil que trazem como temática em seus enredos a ditadura civil-militar, iniciada em 1964 até meados de 1985. Procura-se evidenciar o papel da leitura e da literatura como uma das mediações possíveis do processo histórico e da memória dos tempos ditatoriais, tendo como ponto de partida a função metafórica do leitor presente nas obras, na perspectiva de produzir novos sentidos à realidade. Como ponto de partida, foi realizado um resgate da produção de literatura para jovens leitores no país, do seu surgimento, no final do século XIX, até a produção em plena vigência do regime civil militar. Nesse contexto, os acontecimentos históricos foram explicitados, tendo como referência a trajetória de autores que enfrentaram, em seus textos, o sistema autoritário estabelecido. A obra O leitor como metáfora: o viajante, a torre e a traça (2018), do escritor argentino-canadense Alberto Manguel, norteia a leitura do corpus. O livro aponta algumas figurações do leitor no mundo ocidental. Desta forma, houve uma aproximação do leitor viajante a Quintal de sonhos (2018), de Christian David, com ilustrações de Natália Gregorini; do leitor na torre de marfim à obra Clarice (2019), de Roger Mello, com ilustrações de Felipe Cavalcanti; do leitor como traça que a tudo devora à coletânea Felizes poucos: onze contos e um curinga (2016), de Maria José Silveira, com ilustrações de Maria Valentina Fraiz. Para além de um aprofundamento sobre o período da ditadura civil-militar, suas motivações, consequências e desdobramentos, procurou-se entender o poder do leitor diante de textos repletos de metáforas problematizadoras, que levam a uma atitude reflexiva, atuante nas formas de interpretação do mundo, o que se apresenta como ameaça a qualquer governo ou poder autoritário.