Entre fuzis, penas e mordaças: a escrita de Carlos Heitor Cony durante a ditadura civil-militar no Brasil (1964-1974)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Damazio, Crhistophe Barros dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182476
Resumo: Nesta tese analisamos como o escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, entre os anos de 1964 e 1974, conquistou seu lugar em meio à intelectualidade brasileira do período ao discutir quais eram os espaços de ação da referida categoria durante a vigência da ditadura civil-militar. Com este objetivo em mente, selecionamos como objetos de estudo, as crônicas publicadas por Cony no jornal carioca Correio da Manhã entre abril e dezembro de 1964 e dois de seus romances, Pessach: a travessia e Pilatos publicados, respectivamente, 1967 e 1974. Acreditamos que cada uma das obras selecionadas para este estudo – considerando o conjunto das crônicas como um todo – representa um momento diferenciado de confronto do autor com o autoritarismo da época. O primeiro momento seria o de discussão e questionamento com a intelectualidade e com a sociedade como um todo, acerca dos rumos que o país tomava diante da escalada do autoritarismo do governo no decorrer dos primeiros meses de vigência do regime autoritário. O segundo momento seria o de reflexão acerca das possibilidades de ação do intelectual em meio à consolidação do governo ditatorial já no final da década de 1960, não descartando, naquele momento, a adesão à luta armada. O terceiro e último momento seria marcado pela desorientação e frustração da intelectualidade em meio aos chamados “anos de chumbo” da ditadura. Após percorrer a trajetória da escrita de Cony no período ditatorial, analisamos uma série de entrevistas dadas pelo escritor após o fim da ditadura para explorar como este período ficou registrado em sua memória e como ele ressignificou alguns aspectos destas lembranças com vistas a encontrar o espaço que considerava adequado para si mesmo na memória coletiva dos governos militares no Brasil.