Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Páez Esteban, Astrid Nathalia |
Orientador(a): |
Schmidt, Maria Inês |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/234566
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Resumo: |
O baixo peso ao nascer tem sido associado com maior mortalidade e risco de doenças cardiovasculares ateroscleróticas no adulto, mas a relação do peso ao nascer com aterosclerose subclínica é controversa. Na última década, em alguns estudos, o baixo ou elevado peso ao nascer foi identificado como um fator de risco em crianças, adolescentes e adultos jovens, porém, outros estudos não encontraram associação e há pouco estudos em adultos. Esta tese visa avaliar a associação entre peso ao nascer e medidas de aterosclerose subclínica em adultos. O primeiro objetivo foi avaliar adultos que apresentam medidas de peso ao nascer, ultrassonografia de carótida e tomografia computadorizada com cortes para análise de escore de cálcio. O segundo objetivo foi revisar sistematicamente a evidência na literatura sobre esta associação e, se possível, sumarizar os resultados em meta-análise. Para o primeiro objetivo (artigo 1) foram analisados 7868 participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Os desfechos foram a Espessura Íntima-Média da Carótida (EMIC) e/ou Escore de Cálcio Coronariano (ECC), definidos a partir de imagens coletadas de acordo com protocolos internacionais padronizados. A EMIC foi dicotomizadas a partir do percentil 90, ajustado para sexo, idade e cor da pele como referência para a população brasileira. O ECC como =0 e >0; ou 0-99 e >100=0. O Peso ao nascer foi autorrelatado e categorizado como: baixo <2,5Kg, normal entre 2,5 Kg e 4,0 Kg e elevado >4,0 Kg. Foi estimada a razão de prevalência (RP) por meio de um modelo de regressão de Poisson com variância robusta; e as diferenças de médias de EMIC, por meio de regressão linear múltipla. As médias de EMIC ajustadas para sexo, idade, raça ou cor de pele e centro de pesquisa nos participantes com peso ao nascer baixo (n=425), normal (n= 6838) e elevado (n= 605) foram as seguintes: 0,60 mm (DP 0,11); 0,60 mm (DP 0,11); e 0,62 mm (DP 0,11), respectivamente (<0,001). O elevado peso ao nascer apresentou uma associação positiva com a EMIC (0,02 mm IC95% (0,01;0,03) e com o percentil 90 da EMIC (RP=1,37; IC95% 1,14-1,65) em análises ajustadas. Não houve associação estatisticamente significativa do baixo ou elevado peso ao nascer com o ECC, nem do baixo peso ao nascer com o EMIC. A revisão sistemática com meta-análise baseou-se em estudos observacionais analíticos. O protocolo foi registrado no PROSPERO (CRD42020210241). Foram pesquisadas as bases de dados eletrônicas Medline, Embase, Scopus, Web of Science e Cochrane CENTRAL sem restrição de data inicial detectados até 31 de janeiro de 2021. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada por meio da Escala de Newcastle-Ottawa. A meta-análise foi realizada usando um modelo de efeitos aleatórios. A medida de efeito utilizada foi a diferença média (DM) com seus intervalos de confiança de 95% (IC). A heterogeneidade foi avaliada com a estatística de inconsistência (I2). Um total de 19 estudos foram incluídos, 9 tendo sido realizados na Europa, 9 sendo estudos de coorte prospectivos e 9 sendo de qualidade metodológica adequada. Todos os estudos incluíram mulheres e homens, 72% dos estudos foram publicados nos últimos 10 anos. Baixo peso ao nascer em pré-termos (DM: 0,010 mm; IC 95%: 0,000 a 0,020; p = 0,04; I2: 78%) e nascidos a termo (DM: 0,000 mm; IC 95%: -0,005 a 0,005; p = 0,95; I2: 0%) e elevado peso ao nascer (DM: 0,010 mm; IC 95%: 0,001 a 0,020; p = 0,02; I2: 49%) associaram-se a maiores níveis de EMIC, mas apenas o baixo peso em prematuros e o elevado peso em nascidos a termo atingiram significância estatística. Em conclusão, o elevado peso ao nascer foi associado com um aumento da razão de prevalência de EMIC independentemente de outros fatores de risco cardiovasculares tradicionais em adultos a termo participantes do ELSA-Brasil. Esses achados são consistentes com a meta-análise da literatura e apoiam a teoria de que fatores nutricionais intrauterinos estejam associados com eventos adversos na vida adulta. |