Associação entre peso ao nascer e a gordura corporal total e no tronco avaliada por bioimpedância na vida adulta - ELSA-Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Resende, Carolina Breda
Orientador(a): Luft, Vivian Cristine
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188981
Resumo: Introdução A obesidade é um dos principais fatores de risco para doenças crônicas e mortalidade prematura. A vida intrauterina tem sido identificada como período crítico no desenvolvimento da obesidade. A distribuição da gordura corporal é importante preditor de risco metabólico, para além do predito pela elevada massa corporal. Objetivo Investigar a associação entre peso ao nascer e composição corporal, em especial a distribuição de gordura, avaliada por bioimpedância em adultos. Métodos 10011 participantes do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) informaram seu peso ao nascer com idade entre 35 e 74 anos (linha de base entre 2008 e 2010) e tiveram sua composição corporal avaliada por bioimpedância (2012- 2014). Diferenças na distribuição das variáveis de composição corporal dentre as categorias de peso ao nascer (<2,5 kg, 2,5 a 4 kg, >4 kg), ajustadas para centro de estudo, idade, renda familiar líquida per capta, raça/cor, escolaridade, escolaridade da mãe, história familiar de mãe com diabetes e de pai com diabetes, foram avaliadas por análise de variância. O percentil 85 da distribuição das variáveis de composição corporal foi utilizado como ponto de corte para definir valores elevados, para estimar razões de chances entre as categorias de peso ao nascer, através de regressão logística, ajustada para as mesmas covariáveis anteriormente citadas. Splines cúbicos restritos foram utilizados para avaliar a função do peso ao nascer obtido de forma numérica contínua, para aqueles que lembravam o valor exato de seu peso a nascer (n=5212), com as variáveis de composição corporal e também com valores elevados (> percentil 85). Resultados A massa de gordura corporal total foi maior em indivíduos com elevado peso ao nascer, tanto em homens (p=0,0001) quanto em mulheres (p<0,0001), assim como a gordura no tronco em kg (p<0,0001 e <0,0001, respectivamente). O percentual de gordura (gordura total/peso) variou num padrão em forma levemente em U, bem como o percentual de gordura no tronco (gordura no tronco/peso), com valores pouco maiores nas categorias de baixo e elevado peso ao nascer, tanto em homens quanto em mulheres, embora sem significância estatística na comparação com adequado peso ao nascer (p>0,50). O baixo peso ao nascer esteve associado a maiores chances de elevado percentual de gordura no tronco em mulheres (OR=1,40, IC95%1,03– 1,91), mas não em homens (OR=1,04, IC95% 0,72–1,49). Indivíduos com elevado peso ao nascer apresentaram maiores chances de massa de gordura total elevada (homens: OR=1,76, IC95% 1,37–2,25, mulheres: OR=1,86, IC95%1,42–2,44), assim como massa de gordura no tronco elevada (homens: OR=1,68, IC95%1,31–2,16, mulheres: OR=1,73, IC95%1,31–2,28), comparados a indivíduos com adequado peso ao nascer. Os splines confirmaram a forma em U, na qual baixos e elevados valores de peso ao nascer apresentam maiores percentuais de gordura corporal total e no tronco, como também expresso por maiores chances de elevados valores de gordura. Conclusão O baixo peso ao nascer está associado a um elevado percentual de gordura no tronco em mulheres, enquanto o elevado peso ao nascer associa-se a maiores massas de gordura total e no tronco na vida adulta, em homens e mulheres.