Estudos epidemiológicos, genéticos e avaliação de vacinas para pestivírus de ruminantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silveira, Simone
Orientador(a): Canal, Cláudio Wageck
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/207195
Resumo: Os pestivírus de ruminantes causam significativas perdas econômicas em todo mundo. A infecção pode ser desde subclínica até fatal. Os sinais clínicos são diversos e podem acometer o trato respiratório, gastrointestinal e reprodutivo. As quatro espécies virais principais que causam estas infecções pertencem à família Flaviviridae, gênero Pestivirus, são elas: Pestivirus A, Pestivirus B, Pestivirus D e Pestivirus H. No entanto, elas são comumente chamadas de: vírus da diarreia viral bovina tipo 1 (BVDV-1), tipo 2 (BVDV-2), vírus da doença da fronteira (BDV) e HoBi-like pestivírus, respectivamente. Cada uma destas espécies pode ainda ser dividida em vários subgenótipos ou grupos genéticos. Essa grande diversidade genética e antigênica tem implicações no diagnóstico e na eficiência de vacinas. Deste modo, a presente tese objetivou realizar estudos epidemiológicos, genéticos, evolutivos e de vacinas contra pestivírus de ruminantes, com foco nas espécies detectadas no Brasil e Estados Unidos. No Capítulo 1, a diversidade genética de pestivírus foi investigada em ruminantes do Rio Grande do Norte e Maranhão através de RT-PCR do soro de animais amostrados para monitoria da febre aftosa. O HoBi-like pestivírus foi a única espécie viral detectada em bovinos, mas nenhum pestivírus foi detectado em pequenos ruminantes. No Capítulo 2, cinco HoBi-like pestivírus brasileiros tiveram o seu genoma completo sequenciado. Análises filogenéticas, genéticas e evolutivas foram realizadas de todos os HoBi-like pestivírus com genoma completo disponível no GenBank. Essas análises revelaram que o gene da glicoproteína E2 é o que mais varia e o que mais sofre seleção positiva. As cepas brasileiras são geneticamente mais relacionadas às cepas europeias e às detectadas em soro fetal bovino. Os resultados também sugerem que o HoBi-like pestivírus pode ter se originado na Índia e, posteriormente, foi introduzido no Brasil e, deste, foi levado para a Europa. No Capítulo 3, a prevalência de animais positivos para anticorpos contra pestivírus foi determinada em ovinos do estado do Wyoming, Estados Unidos. A porcentagem geral de animais soropositivos foi de 5,6%, apresentando variações regionais. Esse inquérito também indicou que a maioria dos animais soropositivos tinham sido infectados por BVDV-1. O Capítulo 4 teve como objetivo avaliar o fitness viral de isolados de BVDV-1a, BVDV-1b e BVDV-2a através da técnica de PrimeFlow RNA in vitro. Uma exclusão competitiva foi observada, pois, cepas de BVDV-2a excluíram cepas de BVDV-1a e BVDV-1b em coinfecções. Estes resultados foram semelhantes aos observados com as mesmas cepas in vivo, concluindo-se que o fitness viral pode ser avaliado com vantagens in vitro. O Capítulo 5 teve como objetivo avaliar a resposta humoral induzida por vacinas de replicon (Vrep) baseadas em cepas de BVDV-1a, BVDV-1b e BVDV-2a frente a 26 cepas pertencentes a sete subgenótipos. As três Vreps induziram anticorpos neutralizantes contra todas as cepas, contudo, os animais vacinados com a BVDV-1b Vrep e com uma vacina com vírus vivo modificado geraram títulos maiores do que aqueles vacinados com BVDV-1a e BVDV-2a Vrep. Os resultados destes 5 capítulos acrescentam conhecimentos sobre a diversidade, evolução, biologia e vacinas contra os pestivírus que serão importantes para aumentar a nossa habilidade de detectar e controlar esses vírus em programas de controle e erradicação.