Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Döwich, Vanessa |
Orientador(a): |
Marostica, Paulo José Cauduro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/199050
|
Resumo: |
INTRODUÇÃO: O uso da tomografia computadorizada (TC) como método de diagnóstico por imagem vem aumentando nos últimos 30 anos e este aumento é observado inclusive em pacientes pediátricos. Em comparação aos adultos, as crianças são mais sensíveis aos efeitos estocásticos da radiação e têm uma expectativa de vida mais longa, resultando em uma janela maior de tempo para expressar estes efeitos. OBJETIVOS: Avaliar as doses de radiação a que pacientes de 0 a 17 anos foram submetidos durante a realização de tomografias computadorizadas de tórax (TC) no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Também, conhecer o quanto estamos subestimando a dose real à qual o paciente está sendo exposto por não se calcular o SSDE ( specific-size dose estimate ) atualmente no HCPA. DELINEAMENTO: estudo transversal. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo de todos os pacientes pediátricos (idade de 0 a 17 anos) que realizaram TC de tórax entre outubro de 2015 e outubro de 2016. Apenas tomografias de tórax inspiratórias com aquisição única (monofásica) e sem contraste foram incluídas. Dose de radiação (corrente do tubo, voltagem do tubo, índice de volume da dose de TC por unidade de volume [CTDIvol] e produto comprimento-dose [DLP]), dados demográficos e clínicos, foram registrados a partir de 201 TCs de tórax (idade mediana: 12,6 anos [ IQR: 6,8 - 15,3, 107 homens [53,2%]). Estimativas de dose específica de tamanho (SSDE) foram geradas para cada paciente e os resultados foram comparados com o CTDIvol. Os pacientes foram agrupados em 5 categorias de tamanho com base no diâmetro médio efetivo do tórax (raiz quadrada dos diâmetros torácicos látero-lateral e anteroposterior), como segue: grupo 1: 15 cm; grupo 2: 15-19 cm; grupo 3: 20-24 cm; grupo 4: 25-29 cm e grupo 5: ≥ 30 cm. Este estudo foi aprovado pelo comitê local de ética em pesquisa. RESULTADOS: A mediana e o intervalo interquartílico (percentis 25 e 75) dos grupos 1 a 5 para o SSDE (mGy) foram 5,0 (3,8-8,9 [grupo 1]), 5,8 (4,3-9,3 [grupo 2]), 7,8 (6,0-9,9 [ grupo 3]), 9,6 (7,1 - 14,0 [grupo 4]) e 13,5 (8,9-14,7 [grupo 5]) (p <0,001); para o CTDIvol foram 3,0 (1,7 - 3,8 [grupo 1]), 3,2 (2,3 - 5,0 [grupo 2]), 5,0 (3,7 - 6,5 [grupo 3]), 7,1 (5,1 - 10,1 [grupo 4]) e 12,0 (7,4 - 13,8 [grupo 5]) (p <0,001); e para o DLP foram 45,8 (27,2 - 72,5 [grupo 1]), 68,4 (49,7 - 92,4 [grupo 2]), 142,3 (99,5 - 176,9 [grupo 3]), 211,4 (161,1 - 285,3 [grupo 4]) e 399,3 ( 248,7 - 463,8 [grupo 5]) (p <0,001). Os valores de CTDIvol subestimaram as doses de radiação em 32,4% (24,2 - 43,8%) (mediana e intervalo interquartílico [25 a 75]) quando comparados com o SSDE (p <0,001). Parâmetros de dose de TC (corrente de tubo e voltagem de tubo), idade, peso e diâmetro efetivo médio foram variáveis associadas com doses de radiação mais altas. A dose de radiação não foi associada à relação sinal-ruído (p> 0,001). CONCLUSÃO: Nossos resultados demonstram a necessidade de monitoramento contínuo das doses de radiação pediátrica em estudos de TC, evidenciadas pelas altas doses detectadas. O CTDIvol sistematicamente subestimou a dose de radiação em comparação com o SSDE em pacientes pediátricos submetidos à TC de tórax e não deve ser usado como parâmetro primário para monitorar protocolos de TC nesses pacientes. |