Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Krause, Josianne da Costa Rodrigues |
Orientador(a): |
Oliveira, Álvaro Reischak de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/188444
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O envelhecimento biológico é caracterizado, dentre outros fatores, por uma diminuição de massa muscular concomitante a um aumento de tecido adiposo visceral, elevando o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares e dependência física. A dança tem sido sugerida como uma intervenção de exercício potencial para melhorias cardiometabólicas e funcionais com o envelhecimento. Além disso, é uma atividade amplamente praticada pelos idosos como lazer, sendo uma intervenção de baixo custo e grande aderência por essa população. Entretanto, conclusões acerca dos efeitos da dança como forma de exercício para saúde ainda são limitadas, principalmente devido à falta de comparação com outros tipos de exercício físico, bem como ao número limitado de ensaios clínicos randomizados controlados analisando marcadores de risco cardiovascular (RCV). OBJETIVO GERAL: Verificar os efeitos de uma intervenção de dança, comparada a um exercício aeróbio tradicional (caminhada) e a um grupo controle (alongamento), sobre marcadores RCV e capacidade funcional de mulheres idosas, em um ensaio clínico randomizado controlado (ECRc). Adicionalmente, verificar as respostas cardiorrespiratórias agudas de uma aula de dança para idosas, em um estudo de respostas agudas (antes e depois). MÉTODOS: Trinta mulheres sedentárias (655 anos, índice de massa corporal (IMC) 274) foram randomizadas em três grupos de intervenção (n=10/grupo): dança, caminhada e alongamento (controle ativo) com duração de oito semanas (grupos dança ou caminhada 3x/sem, 60 min; grupo alongamento 1x/sem, 60 min). Intervenções: Dança: elementos técnicos (ballet, jazz, etc), estilos variados (danças latinas, dança aeróbica, etc), sem par. Caminhada: esteira, intensidade 60% VO2pico. Alongamento: grandes grupos musculares, sem desconforto. Intervenções incluíam aquecimento, parte principal (35-40 min), e volta à calma. Foram avaliados no período pré e pós intervenção: consumo de oxigênio de pico (VO2pico, desfecho primário); insulina, CRP, TNF-α, circunferências da cintura e quadril, tecido adiposo visceral, colesterol total, HDL-C, LDL-C, glicose, espessura muscular do quadríceps, força máxima e potência muscular, equilíbrio estático e dinâmico, marcha, flexibilidade, habilidade de sentar e levantar, e nível de atividade física. Os resultados estão descritos em média e IC (95%). As comparações intra e entre grupos foram realizadas pelo método de Equações de Estimativas Generalizadas, post hoc LSD (p<0,05), utilizando o software SPSS 22.0 Tamanho de efeito (TE) da intervenção de dança vs. alongamento (D vs. A) e caminhada vs. alongamento (C vs. A) também foram calculados. RESULTADOS: ECRc (pré vs. pós): Efeito de interação grupo vs. tempo mostrou aumentos no VO2pico (mL.kg-1.min-1) após a intervenção de dança 23,3 (20,8-25,8) vs 25,6 (23,4-27,8), e caminhada 23,4 (21,3-25,5) vs 27,0 (25,4-28,6), sem diferenças no grupo alongamento 23,5 (21,3-25,7) vs 23,0 (21-24,9). Não houve diferença entre os grupos dança e caminhada. O grupo caminhada foi superior ao grupo alongamento no momento pós-intervenção. TE: D vs. A = 0,72, C vs. A = 1,28. Altura do salto vertical (cm) também melhorou para os grupos dança 11,2 (9,3-13,1) vs 12,2 (10,3-14), e caminhada 10,3 (9-11,6) vs 11,3 (9,7-13), sem diferença para o grupo alongamento 9,8 (8,6 to 11,3) vs 9,3 (7,8 to 10,7). Não houve diferença entre os grupos dança e caminhada. O grupo dança foi superior ao grupo alongamento no momento pós-intervenção. TE: D vs. A = 1,00, C vs. A = 0,74. Equilíbrio estático (s) também melhorou para os grupos dança 5,44 (2,34-8,55) vs 11,07 (6,53-15,62) e caminhada 5,67 (2,91-8,42) vs 14,46 (9,09-19,84), sem diferença para o grupo alongamento 4,05 (2,28-5,82) vs 4,04 (3,12-4,97). Não houve diferença entre os grupos dança e caminhada. Ambos os grupos dança e caminhada foram superiores ao grupo alongamento no momento pós-intervenção. TE: D vs. A = 1,22, C vs. A = 1,55. Habilidade de marcha e equilíbrio dinâmico melhoraram apenas para o grupo caminhada. Efeito tempo (efeitos agrupados) mostrou melhoras em relação aos marcadores inflamatórios CRP (mg/L)1,65 (1,56-1,73) vs 1,55 (1,44-1,65) e TNFα (pg/mL) 6,69 (6,36-7,02) vs 6,04 (5,82-6,25), LDL-C (mg/dL) 139,1 (126,6-151,7) vs 130,7 (117,1-144,4), HDL-C (mg/dL) 43,3 (38,9-47,7) vs 47,4 (42,6-52,3), gordura visceral (mm) 48,1 (40,1-56,0) vs 42,9 (35,9-50,0), habilidade de sentar e levantar (s) 10,23 (9,71-10,75) vs 8,32 (7,88-8,76), flexibilidade (cm) -0,60 (-2,44-1,24) vs 1,71 (-0,51-3,92), e nível de atividade física (tempo de caminhada em min.semana) 85 (39-131) vs 233 (154-313). Não foram encontradas diferenças para perfil glicêmico, triglicerídeos, colesterol total, força e espessura muscular do quadríceps. Estudo de respostas agudas (n=10 participantes do grupo dança, resultados em média ± desvio padrão): Teste de esforço máximo: VO2 (mL.kg-1. min-1): VO2pico (23,3 ± 4,3), primeiro limiar ventilatório (LV1) (17,2 ± 3,5) e segundo limiar ventilatório (20,9 ± 3,4). Aula de dança; VO2 (mL.kg-1. min-1, %VO2pico ): aquecimento (12,8 ± 2,4, 55%), deslocamento (14,2 ± 2,4, 62%), coreografia (14,6 ± 3,2, 63%) e show (16,1 ± 3,3, 69%). A parte do show (coreografia aprendida) foi igual ao LV1 das participantes. CONCLUSÕES: Os resultados do ECRc mostraram que a intervenção de dança foi capaz de induzir ganhos cardiorrespiratórios, potência de membros inferiores e equilíbrio estático iguais à caminhada, enquanto o grupo alongamento não apresentou mudanças. Ganhos adicionais em marcha e equilíbrio dinâmico foram verificados após a intervenção de caminhada. O engajamento em quaisquer das intervenções (alongamento, dança ou caminhada) foi capaz de atenuar marcadores inflamatórios e perfil lipídico, bem como induzir mudanças positivas na composição corporal. Os resultados do estudo de respostas cardiorrespiratórias agudas mostraram que a aula de dança elaborada para idosas foi de baixa intensidade aeróbia (LV1). |