Construção socioespacial da vulnerabilidade a movimentos de massa no município de Blumenau-SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Kormann, Tanice Cristina
Orientador(a): Robaina, Luis Eduardo de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/247574
Resumo: O município de Blumenau apresenta convivência histórica com desastres naturais associados a inundações, mas nas últimas décadas têm sofrido com perdas de vida e econômicas ocasionadas pela intensificação dos movimentos de massa. A pesquisa tem como objetivo suprir uma lacuna de trabalhos integrando a análise histórica e espacial da vulnerabilidade a movimentos de massa em Blumenau. Por meio da utilização de métodos mistos foi investigada de maneira longitudinal a evolução da vulnerabilidade social, usando tanto dados qualitativos quanto dados quantitativos. Neste contexto, foi realizado inventário dos registros de ocorrências de movimentos de massa atendidos pela Defesa Civil Municipal entre os anos de 1997 e 2016. Os dados indicam tendências de concentração espacial e temporal do fenômeno. Quanto à distribuição temporal, o verão (34,02%) e a primavera (30,09%) foram as estações com maior frequência de ocorrências de movimentos de massa. Quanto à distribuição espacial, os três bairros que apresentaram maior frequência de ocorrências foram: Velha (17,66%); Garcia (12,19%) e Progresso (10,70%). Juntos estes bairros concentram 40,55% do total de ocorrências apesar de corresponderem a 23,74% do perímetro urbano. Destaca-se que na segunda década da série de dados o bairro Progresso teve um crescimento de 14% no número de registros. Cabe considerar que os três bairros estão situados na porção sul do território municipal, concentrando também maior suscetibilidade geológica-geomorfológica que condiciona a ocorrência de movimentos de massa. Além do maior número de ocorrências nas duas décadas de dados, o bairro Velha Grande apresenta os piores resultados nos indicadores de renda, escolaridade e faixa etária de população mais jovem nos dados do Censo (IBGE, 2010). Estes resultados indicam o fortalecimento da tendência à vulnerabilização das áreas já afetadas historicamente, indicando uma construção socioespacial do risco. Para além de um insucesso nas políticas públicas de planejamento urbano, verifica-se que a ações de mitigação dos desastres promovem intervenções concentradas espacialmente enquanto as áreas mais carentes e periféricas tem sua vulnerabilidade aumentada pela ausência de intervenções públicas ou ainda intervenções individuais mal dimensionadas que geram a falsa sensação de segurança. Desta forma, os resultados apontam a necessidade de uma mudança de abordagem que promova a diminuição da vulnerabilidade como forma de proteção nos bairros indicados no estudo.