Estudo das vulnerabilidades social e ambiental em áreas de riscos de desastres naturais no município de Caraguatatuba SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Bortoletto, Kátia Cristina [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
SIG
GIS
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148805
Resumo: A presente pesquisa tem como área de estudo a cidade do município de Caraguatatuba (SP), que apresenta um histórico de desastres naturais e de comunidades que convivem em áreas de riscos de desastres naturais. Os estudos de vulnerabilidades social e ambiental têm se mostrado de grande importância na modelagem espacial de riscos de desastres. O objetiva dessa pesquisa foi apresentar a análise das vulnerabilidades social e ambiental integradas a mapas do meio físico, com o intuito de gerar mapas síntese de áreas de risco de desastres no município de Caraguatatuba SP por meio de SIG para dois cenários, 2000 e 2010. A base metodológica em Cutter (1996) e Mendes et al. (2009). Os resultados mostraram que os desastres relacionados aos processos de inundação, alagamento e deslizamento que ocorreram nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, outubro e dezembro e precipitação média mensal de 120 a 400mm. Os anos com maior número de afetados foram 2005 e 2013 com 109 e 331 afetados, respectivamente por processo hidrológico (inundação e alagamento). Os desastres relacionados aos processos geológicos (deslizamento) foram registrados nos anos de 2012, 2013 e 2015 e nos meses de janeiro, fevereiro, outubro e dezembro, apresentando um total de 54 pessoas atingidas. Os bairros envolvidos nos desastres, considerando-se as vulnerabilidades social e ambiental do ano 2010, foram: Olaria, Casa Branca, Perequê Mirim, Pegorelli, Travessão e Golfinho, inseridos na classe muito alta de vulnerabilidades social e ambiental. Os bairros Jaraguazinho e Barranco Alto estão na classe de vulnerabilidades social e ambiental alta. Esses bairros se localizam em áreas com características de urbanização precária e ocupadas por população com renda de até dois salários mínimos e incidência de população jovem. Na análise dos mapas sínteses de riscos de desastres na área urbana e na bacia do rio Santo Antônio, verifica-se que as áreas de risco alto e muito alto de desastres de deslizamento coincidem com as áreas de riscos existentes no município. As áreas com histórico de desastres de inundação alinham-se às áreas de riscos de inundação muito alto, alto e médio, decorrentes da análise multicritério desenvolvida nesta pesquisa. O estudo das vulnerabilidades social e ambiental e dos riscos propiciou a identificação de grupos vulneráveis e de indicadores socioambientais que contribuem para definição da vulnerabilidade das pessoas e dos lugares frente aos riscos de desastres naturais. Pode-se concluir também que o uso de critérios relacionados à percepção de riscos de desastres, de forma a contemplar o desenvolvimento de ações de mitigação e ou de enfrentamento de desastres, entre os principais atores da sociedade civil - a população que vive em áreas de risco, representantes do poder público e da sociedade civil – permite delinear cenários compatíveis com a realidade do local e poderão servir para análise e futuras intervenções do poder público na gestão e no enfrentamento de riscos de desastres. O entendimento das causas de desastres relacionados às chuvas torna-se um desafio para pesquisadores e gestores públicos, pois as questões chaves englobam os aspectos físicos, sociais e ambientais, os quais atuam em diferentes níveis, tanto de influência quanto de correlação, tornando sua análise e busca de soluções, uma tarefa complexa. Além disso, como recomendação para trabalhos futuros, pretende-se desenvolver estudos no contexto da participação popular em estratégias de RRD e de resiliências da população em situação de riscos de desastres.