Indicadores georreferenciados no processo de trabalho das unidades de saúde da família de Porto Alegre - RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Ritter, Fernando
Orientador(a): Rosa, Roger dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/237494
Resumo: INTRODUÇÃO: Nos processos de trabalho dos serviços de Atenção Primária em Saúde (APS), os indicadores que podem ser extraídos do Sistema de Informações de Atenção Básica (SIAB) pouco têm subsidiado o planejamento e a programação das agendas dos trabalhadores. Devido à forma de apresentação dos relatórios do SIAB, a maioria dos trabalhadores executa apenas os procedimentos de coleta de dados de informações para cumprir os critérios formais de repasse de recursos entre as esferas de governo. As equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) trabalham em uma área delimitada do território com uma população específica o que possibilita georreferenciar as situações de saúde e as desigualdades. O georreferenciamento é um processo de associação do dado a um mapa, transformando dados gerados sobre as condições de saúde das pessoas em ferramenta para o monitoramento, a avaliação e o planejamento das ações, o que pode facilitar a identificação dos determinantes do processo saúde/doença. OBJETIVO: Avaliar a introdução de indicadores georreferenciados no Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) para a classificação da situação de saúde e definição de prioridades nas ações desenvolvidas pelos profissionais da ESF. MÉTODOS: O trabalho foi desenvolvido com 64 profissionais de equipes da ESF de uma das oito Gerências Distritais de Saúde do município de Porto Alegre – RS, entre 2009 e 2010. Aplicou-se um questionário padronizado em três momentos: antes e após a leitura dos relatórios do SIAB e após o georreferenciamento dos dados (SIABg). Participaram as categorias profissionais: Agente Comunitário de Saúde, Técnico de Enfermagem, Enfermeiro e Médico. percepção com relação à situação de saúde da população da área de abrangência das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e a definição de prioridades nas ações desenvolvidas foram avaliadas por meio de escala do tipo Likert para 24 indicadores de saúde. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Houve diferença significativa na classificação da situação de saúde quando os profissionais utilizaram o Sistema de Informação da Atenção Básica Georreferenciado (SIABg) comparado com o momento inicial e o SIAB tradicional para o conjunto dos 24 indicadores (p<0,05). O SIABg permitiu melhor visualização das situações de saúde no território quando utilizado para indicadores específicos, propiciando a inversão da percepção inicial e da percepção após SIAB sobre as condições de saúde na população e a prevalência da doença (p<0.05), notadamente os relacionados a hipertensão (p<0,001) e a diabetes 10 (p<0,001). Os dados distribuídos espacialmente facilitaram a análise da situação de saúde e conseqüente interpretação dos indicadores de saúde, propiciando melhor monitoramento e avaliação das ações na Atenção Primária em Saúde. Além disso, observou-se que a maioria dos profissionais não faz uso do SIAB no cotidiano do seu processo de trabalho, pois 52% classificaram os seus relatórios como “ruim” ou “regular”. Já com o SIABg, 93% avaliaram o relatório como “muito bom” ou “excelente” e a diferença entre as médias da percepção quanto à apresentação dados nos relatórios dos dois sistemas foi significativa (F(1,43)=139,27; p<0,001). Na definição de prioridades ocorreu diminuição significativa na quantidade de situações priorizadas nos três momentos: no momento I, foram citadas 21, no momento II foram 17 e no momento III foram 11. CONCLUSÃO: A utilização dos dados do SIABg promove alteração significativa na percepção da situação de saúde da população sob a responsabilidade dos serviços, bem como sobre a ordem de prioridades para decisão das ações. Além disso, o SIABg propiciou uma tomada de decisão mais próxima às realidades e às necessidades epidemiológicas de cada território, o que aponta para uma melhor priorização da atenção a grupos vulneráveis.