Curadoria de arte feminista contemporanea como sororidade decolonial: curar o feminino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nascimento, Fabiana Iolanda do
Orientador(a): Rizolli, Marcos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/39994
Resumo: Esta pesquisa consiste na apresentação de uma curadoria de artistas mulheres periféricas e alijadas das galerias de arte, mas que possuem grande expressividade artística e social, pois elas falam e comunicam muito diretamente com seus públicos-alvo, que também são de mulheres e ainda retratam a realidade das periferias. As artistas visuais cujas obras estão contempladas nesta curadoria são Ju Costa, Karina Beraldo e Ordalina Cândido. Argumentamos sobre o motivo pelos quais tais artistas podem não terem ainda sido reconhecidas à altura do que criam/pintam e exercem em prol da sociedade. Ju Costa e Ordalina Cândido têm um trabalho forte frente às periferias. Ju com seu espaço das M.A.Na.S que abriga parcerias e espaços para apoio e disseminação de conhecimentos entre as mulheres do bairro onde mora, Itaquera. Ordalina Cândido e seu trabalho na periferia de Diadema, ensinando o ofício de pintar a crianças e adultos, oferecendo uma nova oportunidade de ver o mundo. Karina Beraldo, que dentre tantas outras coisas, pinta/retrata os corpos reais das mulheres e os normaliza frente ao ideal de mercado de corpos magros, altos e brancos. A importância do trabalho dessas três mulheres culmina como vital estrutura deste trabalho em termos de empatia social, sororidade, dividir para conquistar, valores humanísticos sobrepostos aos valores econômicos ou de mercado. Conceituamos o que é curadoria de arte e a prática curatorial a partir dos anos 1960. O trabalho possui um viés feminista que explica os motivos pelos quais estas mulheres estão à margem da sociedade artisticamente. Dissertamos sobre o feminismo de Simone de Beauvoir, de Lélia Gonzalez e conceituamos o que é sororidade, termo utilizado apenas para questões femininas e feministas. Conceituamos da mesma maneira o que é interseccionalidade, termo usado no feminismo negro. Enfatizamos o que seria um feminismo decolonial que aportaria mudança à realidade das mulheres, inclusive nas artes. Esta pesquisa comprova que uma grande parcela de mulheres artistas ainda vive e trabalha num sistema decolonial e invisível. O trabalho começa com a curadoria de arte inédita criada no primeiro capítulo. O segundo capítulo descreve o conceito de curadoria de arte e está salpicado de exemplos de curadoria de arte criado de forma criativa como origem do que vem a ser uma curadoria de arte. O terceiro capítulo fala sobre feminismos e nossa tratativa em entender e explicar o porquê tais mulheres com trabalhos tão incríveis ainda não foram reconhecidas mercadologicamente. A conclusão descreveu o feminismo decolonial como aderente à prática artística de nossas artistas curadas.