Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Farias, Maria Betânia de Lima |
Orientador(a): |
Osório, Ana Alexandra Caldas |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28645
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Resumo: |
A sensibilidade materna é definida por Mary Ainsworth como a capacidade da mãe reconhecer, interpretar e responder adequadamente aos comportamentos e sinais do bebê. Ao longo de anos de pesquisa essa capacidade materna tem sido associada com a construção do apego, sendo cada vez mais evidenciado seu papel na regulação fisiológica e emocional e no desenvolvimento cognitivo infantil. Por sua vez, o toque é um componente chave da interação mãe-bebê durante o primeiro ano de vida, que tem sido associado com regulação emocional, aprendizagem social e funcionamento cognitivo na primeira infância e idades posteriores. Apesar da ampla literatura sobre sensibilidade materna, do crescente interesse científico nos aspectos neurais e comportamentais do toque e da conhecida importância de ambos para o desenvolvimento infantil, pouco se sabe sobre a relação entre estas duas dimensões do comportamento interativo materno. Assim, este trabalho investigou a associação entre a sensibilidade materna e os padrões de toque das mães nos seus bebês. Partindo da literatura existente, consideramos como hipótese que maior sensibilidade materna estaria associada a comportamentos mais frequentes de toque positivo (ex. toque afetuoso, lúdico) e menos frequentes de toque negativo (ex. toque intrusivo). Participaram do estudo 12 díades mãe-bebê aos 6 meses de idade do bebê, recrutadas na região metropolitana da cidade de São Paulo. As díades foram avaliadas em uma interação experimental em laboratório, com 9 minutos de duração divididos em 3 episódios de 3 minutos cada: 1) brincadeira livre, com brinquedos adequados para a idade dos bebês; 2) interação sem brinquedos; e 3) interação desafiante, usando um brinquedo difícil para a criança. A interação foi gravada em vídeo para a posterior codificação das variáveis em estudo. A sensibilidade materna foi avaliada com as Escalas de Sensibilidade Materna de Ainsworth (Ainsworth et al., 1978), considerando os seus quatro componentes principais: tomada de consciência, capacidade de interpretação, adequação das respostas e prontidão das respostas frente aos comportamentos da criança, enquanto o toque materno foi avaliado usando um sistema de codificação elaborado para o efeito. Foram codificados seis tipos de toque da mãe: 1) Afetuoso; 2) Estático; 3) Lúdico/Estimulante; 4) Instrumental; 5) Acessório; e 6) Intrusivo/Negativo. Quando analisadas as categorias específicas de toque, maior sensibilidade materna estava significativamente correlacionada com menor uso do toque Intrusivo/Negativo, rs = -.74, p = .006, durante o total da interação mãe bebê. As análises por episódio de interação mostraram relação entre sensibilidade materna e menos toque Intrusivo/Negativo nos episódios 2 (rs = -.62, p = .031) e 3 (rs = -.85, p < .001), e menos toque estimulante/lúdico (rs = -.64, p =. 026) no terceiro episódio – interação desafiante. Não foram verificadas outras associações significativas entre sensibilidade materna e as restantes categorias de toque materno (quer na interação total quer nos três episódios). Estes resultados incitam novas pesquisas para a melhor compreensão da interação diádica mãe-bebê e possíveis componentes de programas de intervenção para a parentalidade positiva. |