Processamento neural do toque afetivo em bebês de 6 meses: relação com variáveis do bebê e da mãe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gemignani, Tatiana de Lima lattes
Orientador(a): Osório, Ana Alexandra Caldas lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/26480
Resumo: O toque desempenha um papel fundamental na vida do ser humano, desde o nascimento até à idade adulta, facilitando a formação de vínculos relacionais e a regulação da nossa reatividade ao estresse. Evidência anterior sugere que o processamento do toque afetivo é modulado por fatores contextuais e individuais, bem como pelo próprio padrão de reatividade do indivíduo a estímulos sensoriais. Estudos com bebês mostraram que as mães variam no uso do toque durante a interação mãe-bebê e que as próprias atitudes maternas relativas ao toque social influenciam a resposta fisiológica do bebê. No entanto, pouco se sabe sobre a contribuição de variáveis individuais do bebê e da mãe para o processamento neural do toque afetivo. Assim, o presente estudo teve dois objetivos. O Estudo 1 pretendeu caracterizar as respostas neurais ao toque afetivo materno em bebês de 6 meses de idade e descrever o perfil sensorial do bebê, as percepções/ atitudes maternas relativas ao toque social, e relação de apego entre a mãe e o bebê. O Estudo 2 pretendeu caracterizar o perfil sensorial do bebê, as percepções/ atitudes maternas relativas ao toque social, e a relação de apego entre a mãe e o bebê com idades entre 7 e 12 meses. Do Estudo 1 participaram duas díades mãe-bebê e o processamento neural do bebê em resposta ao toque afetivo foi medido por meio de espectroscopia funcional no infravermelho próximo (fNIRS), em duas regiões cerebrais de interesse (bilateralmente): o córtex somatossensorial e a região temporal. Os resultados mostraram ativação cortical na região somatossensorial e temporal em resposta ao toque afetivo por oposição ao período de descanso (sem toque). Também observou-se um perfil de desativação em resposta à estimulação tátil. Os bebês respondiam a estímulos sensoriais exatamente como a maioria das outras crianças, as mães relataram poucas atitudes de evitamento em resposta ao toque social e elevada qualidade da relação de apego mãe-bebê. Por sua vez, o Estudo 2 contou com 19 mães de bebês entre 7 e 12 meses de idade, que preencheram os referidos questionários online. Os resultados mostraram que a maior parte dos bebês são percebidos, pelas suas mães, como apresentando um padrão de processamento sensorial como a maioria das outras crianças, ainda que alguns casos sejam entendidos como apresentando um padrão alterado de reatividade. Também neste estudo as mães reportaram uma elevada qualidade da relação de apego com o seu bebê e poucas atitudes de evitamento ou desconforto relacionados ao toque social. Foram encontradas associações entre as atitudes maternas relativas ao toque social e a qualidade da relação de apego mãe-bebê, bem como com o perfil sensorial do bebê. Também foi encontrada correlação entre a qualidade da relação mãe-bebê e o perfil sensorial do bebê. Os resultados de ambos os estudos foram discutidos considerando a evidência empírica existente sobre o processamento neural do toque afetivo durante a infância e a possível influência de variáveis individuais e relacionais.