Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ribas, Rafael Malvar |
Orientador(a): |
Brunoni, Decio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28647
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Resumo: |
Espaços de educação não formal atuam como uma importante ferramenta ao acesso de crianças e jovens a linguagens complementares no campo da educação, da cultura e do lazer, especialmente às famílias em vulnerabilidade social que muitas vezes utilizam como opção para deixar o aluno no período de contraturno. O ensino de música abrange parte significativa desses espaços, tendo vasta literatura de benefícios cognitivos, emocionais e sociais aos alunos, em especial em condições de vulnerabilidade. O Projeto Guri é o maior projeto sociocultural do Brasil funcionando como um importante equipamento de inclusão social em todo o estado de São Paulo. Em 2020 a pandemia pela COVID-19 impôs dentre as regras sanitárias de prevenção o isolamento social, que além de alterar a rotina e influenciar na saúde mental dos alunos, trouxe desafios para o ensino de música à distância ao projeto. Este trabalho teve como objetivo avaliar como as famílias dos alunos do Projeto Guri percebem a relação deles com as atividades virtuais, com a música e o instrumento musical tal como possíveis alterações emocionais ou comportamentais durante esse período. A pesquisa foi feita pelo levantamento de dados institucionais deste período e através de questionário online aplicado em dois momentos: em novembro de 2020 na Regional Marília com n=680 e em junho e julho de 2021 nas demais regionais com n=1555. Para cada registro foram geradas 74 variáveis, desde características sócioemocionais dos alunos, atividades do projeto Guri durante o isolamento, conhecimento e medidas preventivas adotadas pelas famílias. A completude do preenchimento dos questionários foi de 100%, quase todos pela mãe do aluno. Verificamos que o projeto possui políticas de prioridade ao atendimento de famílias em vulnerabilidade social sendo que a taxa aumentou durante a pandemia chegando a 64,8% dos alunos atendidos. Cerca de ¾ dos alunos eram de escolas públicas, 98,5% dos alunos tinham acesso a equipamento e internet para realização das atividades online, ainda que compartilhado ou limitado, 60% dos alunos tiveram acesso ao instrumento musical durante a pandemia, sendo 15% destes pelo programa de empréstimo do projeto, que demonstrou ter sido um importante recurso. Tristeza e agitação tiveram leve aumento durante a pandemia. Já indisciplina e agressividade tiveram diminuição do comportamento. Alunos de escola particular demonstraram-se mais suscetíveis ao aumento de tristeza, agitação e agressividade. Os alunos que não tiveram acesso ao instrumento tiveram mais propensão à agitação e indisciplina. Tristeza demonstrou aumentar com o passar da pandemia. Para alterações de rotina verificou-se prejuízo em todos os itens aferidos: ficar em casa, evitar contato com o próximo, deixar de encontrar algum familiar que gosta, deixar de encontrar amigos, deixar de ir à escola e deixar de ir ao Projeto Guri. Em todos estes itens houve aumento do prejuízo com o passar da pandemia. Também houve um aumento significativo de famílias que conheciam pessoas que tiveram COVID-19 tanto se curando como vindo à óbito, chegando a mais de 90% no segundo momento. A maior parte das famílias declarou ter tido queda de renda familiar em função da pandemia, sendo que a taxa aumentou conforme o tempo. As famílias dos alunos de escola pública foram mais suscetíveis à queda de renda que dos alunos de escola particular. |