Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Leme, Luis Santiago Malaga |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-07032013-093552/
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Resumo: |
Este trabalho apresenta algumas contribuições para uma atualização metodológica e pedagógica do ensino de instrumentos de sopro em aulas coletivas inspirado pelas práticas informais de aprendizagem identificadas por Green (2008), Braga (2005) e Priest (1989) entre outros. As práticas informais são um conjunto de atividades identificadas pela literatura como típicas da música popular ou tradicional que possuem interesse para a educação musical formal. Suas características principais podem ser resumidas como: concessão de espaço e tempo para os alunos improvisarem e experimentarem; livre escolha do repertório e; maior uso de modelos visuais e sonoros dados pelo professor e por gravações trazidas à sala de aula. As práticas informais estão de acordo com a pedagogia de Paulo Freire na medida em que colocam a autonomia como meio de aprendizagem e não apenas como finalidade. A formalização das práticas musicais na direção da escrita e leitura de partituras é um processo antigo correlacionado ao desenvolvimento do racionalismo na história do pensamento ocidental em sua busca pela precisão, segundo Koellreutter (Brito, 2007). O caminho que as práticas musicais tomaram teve seu ápice no século XIX, sendo que o sistema de ensino dos conservatórios constituído nesta época perdura até os dias de hoje na educação musical, em especial no ensino formal e tradicional. É só a partir da segunda metade do século XX que os trabalhos de educação musical procuraram reequilibrar o processo de transmissão da música em busca da oralidade e da subjetividade que quase se perdeu. Este trabalho procura ser mais uma contribuição nesta direção. A pesquisa procurou implementar as práticas informais seguindo em linhas gerais o modelo sugerido por Green (2008) mas também incorporando as contribuições de outros autores como Braga (2005) e Priest (1989) no curso de iniciação aos instrumentos de sopro do Guri. O foco principal foi a análise do comportamento dos alunos perante as atividades, geralmente pouco estruturadas, bem como de seu desenvolvimento musical ao longo das aulas, utilizando o método de pesquisa baseado no estudo de caso instrumental. Apesar de vários percalços ao longo do trabalho, os resultados obtidos foram bastante favoráveis a adoção destas práticas e corroboram com as ideias de Green (2008). Tanto no que diz respeito a tocar a melodia escolhida pelos próprios alunos, como nas improvisações, vários deles demonstraram bastante desembaraço e independência. Também se observou que, por serem uma forma mais direta e musical de se aprender, as práticas informais permitiram aos alunos lidar com materiais musicais muito mais ricos e complexos do que em um curso tradicional. Por outro lado estas práticas pareceram mais adequadas para os alunos mais velhos, uma vez que estes tendem naturalmente a ter mais voz no grupo e a exercer mais plenamente a sua autonomia, inibindo os mais jovens que talvez tivessem sido beneficiados por mais apoio docente. |