O ator da enunciação, no discurso proferido por Fernando Henrique Cardoso, em 1º de janeiro de 1995, por ocasião da investidura do cargo de presidente do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fukusava, Ricardo Chaves lattes
Orientador(a): Hilgert, José Gaston lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/26558
Resumo: Este trabalho tem por objetivo revelar e analisar o ator da enunciação, no discurso proferido por Fernando Henrique Cardoso, em 1o de janeiro de 1995, por ocasião da investidura do cargo de presidente do Brasil. Como nosso objeto de estudo é um único discurso e não o conjunto da obra do ex-presidente, é nosso propósito específico desvelar o ator da enunciação na materialização discursiva do narrador. Em outras palavras, é nosso objetivo identificar e analisar o éthos do narrador. Teórica e metodologicamente, utilizamos os fundamentos da semiótica greimasiana para desenvolver nosso estudo, particularmente os concernentes à sintaxe e à semântica discursivas. Para operacionalizar a análise, dividimos o texto em segmentos que pudessem ser identificados por alguma especialização temática. Após a análise, damos evidência aos fatores determinantes do éthos em cada segmento, os quais foram retomados, ao final, para construir uma configuração geral. Como resultado de nosso estudo, podemos dizer, em síntese, que dele emergiram destacadamente os seguintes éthe do narrador: o éthos de figura histórica, revelado na associação de sua imagem a grandes nomes da História do país, com as quais se identifica, e as quais até ultrapassa em relevância histórica; o éthos messiânico, apresentado como alguém aguardado pela História, para salvar os brasileiros de suas mazelas sociais; o éthos de aristocrata, evidenciado na importância que dá à sua linhagem, e na visão de mundo acerca da sociedade; o éthos de autossuficiência, expresso no contraste entre a imagem que faz de si mesmo e de outros políticos e de governos anteriores ao seu; éthos de um político sagaz, consciente tanto do poder do capital político que alcançou com o Plano Real, quanto do uso inteligente da retórica e da linguagem.