Intercorrências e estressores psicológicos na gestação de mães de indivíduos com transtornos do espectro do autismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Porto, Rebeca Fogaça lattes
Orientador(a): Brunoni, Decio lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/22490
Resumo: As intercorrências gestacionais adversas incluindo estressores psicológicos são fatores de risco para o desenvolvimento futuro dos filhos com manifestações variadas de distúrbios, entre as quais Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Para avaliar esta situação estudamos uma amostra de 60 mães de indivíduos com diagnóstico de TEA, recrutados em 2 Instituições especializadas no atendimento de pessoas deficientes: a AVAPE da cidade de São Paulo e a APAE da cidade de Barueri. Todos os indivíduos foram submetidos à rotina de investigação clínica com a utilização de critérios de inclusão do CID10 e aplicação de 2 escalas de triagem, validades no Brasil: o ABC e o ASQ. Os casos que representavam comorbidades com síndrome genéticas foram excluídos. O questionário sobre eventos estressores psicológicos foi adaptado da tradução de LIPP (1990) do estudo original realizado por HOLMES & RAHE (1967). Os eventos estressores são categorizados na sua intensidade utilizando pontuação que varia de 12 a 100 pontos. O questionário obstétrico foi desenvolvido de acordo com as clássicas escalas para avaliar o ótimo-gestacional, utilizando como base a publicação de Bryson, Smith e Eastwood, 1988. O histórico reprodutivo das mães foi levantado. Aplicou-se os 2 questionários e após isso foi caracterizado se o evento ocorreu em alguma gestação, na gestação do filho com TEA ou fora da gestação. Os controles foram sorteados entre as gestações não TEA das 60 mães num total de 80 gestações. As principais conclusões foram: (70%) dos indivíduos TEA são do sexo masculino; a idade paterna entre os casos foi de 30, 4 anos em média e dos controles foi de 29 anos. Esta diferença não é estatisticamente significante; a média da idade materna foi de 26,3 anos entre os casos 25,5 anos entre controles. Esta diferença não é estatisticamente significante; 18% dos indivíduos com TEA foram produto de gestações únicas. Entre os demais 16/49 (33%) dos indivíduos TEA foram produto de primeira gestação e, portanto, 67% foram produto da segunda ou mais gestações. Entre os controles, 28/59 (47%) foram produto da primeira gestação e 53% da segunda ou mais gestações. Esta diferença não é estatisticamente significativa; a investigação de 38 estressores psicológicos mostrou que a quantidade de estressores na vida das 60 mães foi expressivo, com valor mínimo de 3 e máximo de 43, média de 22. Nas gestações que resultaram em indivíduos com TID a média da ocorrência de estressores foi de 6,3 e entre os controles tivemos média de estressores de 4,3. Esta diferença é significante com p= 0,0035; considerando os escores relativos para cada um dos 38 estressores detectamos que a média no total de vida das mães foi de 496 considerada faixa intensa para probabilidade de desenvolver doença. Entre as gestações dos casos TID a média foi de 89,4 e entre os controles foi de 47,8; a pesquisa de 47 intercorrências obstétricas revelou: entre as gestações TID a variação foi de 0 a 23, média de 4,81. Entre os controles a variação foi de 0 a 17; média de 2,25. Esta diferença é significante com p=0,0007; não parece haver diferença na freqüência de intercorrências que levam mais provavelmente a risco de dano cerebral: baixo peso ao nascimento, prematuridade, sofrimento fetal, parto cesáreo; ameaça de aborto; sangramento na gestação; reanimação, nasceu roxinho, foi entubado em relação às demais intercorrências. Assim, entre os casos tivemos um total de 62 e entre os controles 28 (relação 2,2) destes fatores enquanto que para o total a média para os casos foi 4,81 e para os controles 2,25 (relação 2,1).