Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Rabelo, Rossana Oliveira Cavalcanti |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/11325
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Resumo: |
Crianças expostas ao HIV-1 e não infectadas apresentam maior risco de morbimortalidade do que as nascidas de mães não infectadas pelo vírus. Essas crianças são mais expostas a intercorrências infecciosas e agravos sociais devido à doença da mãe e/ou pai. O objetivo do presente estudo é avaliar a frequência de intercorrências infecciosas entre crianças expostas ao HIV-1 e não infectadas acompanhadas no Ambulatório de Aids Pediátrica do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (HUAP-UFF), identificando indicadores de risco para intercorrências infecciosas na população estudada, e correlacioná-las com a evolução clínica materna no mesmo período. Trata-se de estudo observacional, longitudinal e retrospectivo de uma série de casos, realizado entre janeiro de 1995 e dezembro de 2010. Foram coletados dados clínicos e laboratoriais das crianças admitidas até os três meses e seguidas pelo menos até os 12 meses. Foram analisadas as intercorrências infecciosas gerais e graves destas crianças e de suas respectivas mães em igual período. Foram incluídos no estudo 190 binômios mãe e filho. Das 190 crianças, 96 (50,5%) eram do sexo masculino e 160 (84,2%) eram nascidas a termo. Dentre as mães, 162/185 (87,6%) usaram antirretrovirais durante a gestação e 157/184 (85,3%) usaram AZT venoso intraparto. Das 190 crianças estudadas, 163 (85,8%) tiveram 460 episódios de intercorrência infecciosa no primeiro ano, com média de 2,8 episódios de intercorrência infecciosa por criança. No período neonatal, 25,3% das crianças (48/190) apresentaram intercorrência infecciosa, tendo sido a candidíase mucocutânea a mais frequente (17/190 - 8,9%), seguida de sepse (16/190 - 8,4%) e de sífilis congênita (9/190 - 4,7%). Apresentaram intercorrência infecciosa no primeiro semestre de vida 108/190 crianças (55,8%), e no segundo semestre, 114/190 crianças (60%). Evidenciou-se associação estatisticamente significativa entre intercorrência infecciosa grave no primeiro ano de vida e prematuridade (OR=2,51; IC 95%=1,05-6,00; p=0,034), mãe sintomática na gravidez (OR=2,2; IC 95%=1,01-4,77; p=0,043), mãe com internação antes do parto (OR=2,8; IC 95%=0,99-7,94; p=0,046) e após o parto (OR=3,3; IC 95%=1,05-10,36; p=0,033), mães com contagem de CD4 < 200 células/mm3 após o parto (OR=9,45; IC 95%=1,40-63,79; P=0,030) e entre mães que foram a óbito (OR=2,5; IC 95%=1,26-123,71; =0,028). O mesmo ocorreu no período neonatal em relação à prematuridade (OR=2,68; IC 95%=1,16-6,19; p=0,018), uso do AZT venoso pela mãe no periparto (OR=0,21; IC 95%=0,87-0,48; p<0,001) e mãe sintomática na gravidez (OR=2,8; IC 95%=1,34-5,82; p=0,005). Nas famílias com número de pessoas maior que três (107/142), as crianças do grupo estudado apresentavam tendência a maior número de intercorrências infecciosas (OR=4,24; IC 95%=1,57-11,47; p=0,003), sugerindo que aglomerados favorecem a ocorrência de intercorrências infecciosas. Houve um elevado número de intercorrências infecciosas durante o primeiro ano de vida da criança independente do quadro clínico da mãe. Quando avaliamos intercorrências graves ocorridas no primeiro ano de vida das crianças e relacionamos com o estado de saúde materno, encontramos correlação estatística significativa, com mães com saúde deteriorada apresentando filhos com intercorrências infecciosas mais graves. Portanto, é importante que se aborde adequadamente a mãe infectada pelo HIV-1 para que se tenha redução da morbidade da criança |