Funcionamento executivo e habilidades de leitura e escrita de estudantes do quinto ao nono ano de Ensino Fundamental II pós-pandemia
Ano de defesa: | 2025 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/40104 |
Resumo: | Diversos países adotaram a suspensão do ensino presencial nas escolas com o objetivo de conter o avanço da pandemia de Covid-19. Essa situação promoveu uma intensificação das disparidades educacionais pré-existentes, somada a dificuldade do acesso ao aprendizado acadêmico e desenvolvimento de habilidades executivas durante esse período. Considerando os achados em literatura a respeito de prejuízos nas habilidades acadêmicas e executivas, esse estudo objetivou avaliar o funcionamento executivo e as habilidades de leitura e escrita em alunos do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas, buscando fazer um comparativo com as normas pré-pandêmicas e analisar a relação entre eles. Participaram 140 estudantes de três escolas públicas dos municípios de Santo André e Embu das Artes, com idades entre 10 e 14 anos (M=12,5; DP=1,5), sendo 64,62% do sexo feminino e 35,38% do sexo masculino. Em relação à etapa escolar, 39,23% frequentavam o 5°ano, 16,92% o 6° ano, 16,15% o 7° ano, 14,61% o 8° ano e 13,09% o 9° ano. A presença de laudos de Transtornos do Neurodesenvolvimento e pontuações indicativas de baixa eficiência intelectual (avaliada pelos testes Matrizes Progressivas Coloridas de Raven e Escala Wescher Abreviada de Inteligência) foram utilizados como critérios de exclusão. Para avaliar o funcionamento executivo, foram aplicados Teste Hayling (infantil ou adulto), Span de dígitos (Tarefa Span de Dígitos ou Subteste Dígitos da Escala de Inteligência Weschler de Inteligência para Crianças), Fluência Verbal Livre (FVL) e Five Digital Test (FDT). As habilidades acadêmicas foram medidas pelo Teste de Desempenho Escolar II (TDE II). Houve diferenças significativas entre a presente amostra em relação aos dados da amostra normativa para todas as idades em fluência verbal (p = 0,0021 para 10 anos; p<0,0001 de 11 a 14 anos), em memória de trabalho (p <0,0001 de 10 a 13 anos; 0,0241 para 14 anos) e para todas as idades em controle inibitório (p<0,0001, 0,0109, 0,001, 0,0078 e 0,0486, respectivamente). Na leitura de palavras, houve diferenças em todos os anos, especialmente do 5° ao 8°ano (p = 0,0001, 0,0039, 0,0003 e 0,0034, respectivamente). Em escrita, houve piores desempenhos do 5° ao 8° ano (p <0,0001, 0,028, 0,0003 e <0,0001, respectivamente). Foram observadas correlações positivas significativas entre escrita e os resultados do 6° ano para fluência verbal (p = 0,043, r = 0,44) e tempo em controle inibitório (p = 0,000, r = 0,16). Para o 7° ano, correlação positiva entre escrita e memória de trabalho (p = 0,032, r = 0,47). Para leitura de palavras, correlações positivas para 6°ano entre fluência verbal (p = 0,016, r = 0,51) e tempo em controle inibitório (p = 0,016, r = 0,15). Para o 7° ano, correlação positiva entre leitura e memória de trabalho (p = 0,024, r = 0,49). Os achados sugeriram que os participantes da presente amostra apresentaram déficits no funcionamento executivo e habilidades de leitura e escrita quando comparados aos resultados pré-pandemia, o que ressalta a necessidade de ações para recuperação dessas perdas. |