Teste de força e resistência muscular localizada: identificação e uso de parâmetros para prescrição de exercício resistido em diferentes ferramentas de avaliação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Micheletti, Jéssica Kirsch
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191271
Resumo: Introdução: A verificação da progressão de indivíduos submetidos à programas de treinamento é realizada por testes diagnósticos com o foco muitas vezes na força e resistência muscular. Diversas ferramentas de avaliação são utilizadas, entretanto, observa-se falta de padronização dos testes e escassez na exploração de algumas ferramentas e de alguns grupos musculares. A observação é muitas vezes restrita à um design de estudo particular, o que dificulta comparações mesmo na utilização da mesma ferramenta. Assim, incluir diferentes possibilidades clínicas no mesmo cenário pode enriquecer a discussão sobre o tema. Objetivo: Desenvolver e analisar a confiabilidade intra-avaliador de um teste de força muscular máxima e de um teste de resistência muscular localizada para os músculos rotadores externos de ombro, em três diferentes porcentagens de força máxima (70%, 80%, 90%) e em diferentes ferramentas. Além de caracterizar por meio da resposta fisiológica o teste de resistência muscular localizada. Método: Amostra de 50 participantes de ambos os gêneros, submetidos à 3 etapas. Na Etapa 1 foi realizada, em três sessões, cinco testes de força máxima com ferramentas distintas (bandas elásticas, polia, halter, dinamômetro digital e dinamômetro isocinético). Na Etapa 2, composta por 6 sessões, foi realizado teste e reteste do teste de resistência muscular com diferentes cargas (70%, 80% e 90% da força máxima), com os mesmos dispositivos da etapa 1, exceto o dinamômetro digital. Na Etapa 3 foi realizado a caracterização fisiológica do teste de resistência muscular por meio da análise do parâmetro anaeróbio (análise de excesso de consumo de oxigênio pós-exercício – EPOC) e aeróbio (valores de VO2). Foi utilizado o pacote estatístico SPSS Statistics versão 22.0 para conduzir as análises. Resultados: O teste de força máxima apresentou valores entre 4,6 quilos à 11,29. Confiabilidade excelente entre os valores de teste e reteste foi observada para as ferramentas banda elástica CCI: 0,917 (0,855; 0,953), polia CCI: 0,918 (0,855; 0,954), dinamômetro isocinético CCI: 0,914 (0,85; 0,951), dinamômetro isocinético ajustado pelo peso corporal CCI: 0,904 (0,833; 0,945) e halter CCI: 0,963 (0,933;0,980), com p>0,05 na comparação entre médias das sessões, eliminando risco de viés sistemático. Para o halter esse risco foi eliminado já entre as sessões de familiarização e teste (p>0,05), apresentando também confiabilidade excelente, CCI: 0,901 (0,828; 0944). O dinamômetro digital apresentou confiabilidade boa CCI: 0,882 (0,798;0,933). Na correlação entre as ferramentas, destacam-se fortes correlações entre os testes realizados na banda elástica versus halter (r=0,808) e banda elástica versus polia (r=0,854). O teste de resistência muscular localizado apresentou valores medianos de tempo de 28 à 60,5, 27 à 54,4 e 18 à 41,5 segundos, e número de repetições de 16 à 33,5, 14 à 30 e 10 à 23 para as porcentagens 70%, 80% e 90% da força máxima, respectivamente. Valores de confiabilidade foram maiores para a ferramenta banda elástica com o teste realizado à 80% CCI: 0,856 (0,751; 0,919) para variável tempo, e CCI: 0,865 (0,765; 0,924) para variável repetição. A porcentagem de 80% também apresentou valores de CCI melhores para a ferramenta polia, CCI tempo: 0,628 (0,411; 0,778), e CCI repetição: 0,607 (0,384; 0,764). Para as ferramentas halter e dinamômetro isocinético 90% da força máxima foi a melhor porcentagem (Halter – CCI tempo: 0,678 (0,481; 0,81), CCI repetição: 0,733 (0,561; 0,844); Dinamômetro isocinético – CCI tempo: 0,77 (0,615; 0,868) e CCI repetição: 0,759 (0,598; 0, 861). O teste apresentou predominância anaeróbia significativa para todas as ferramentas, exceto para ferramenta Halter, em que a participação aeróbia representa 40,29±22,25% e a anaeróbica 59,71±22,25%, p=0,066. Conclusão: O teste de força máxima de rotadores externos de ombro pode ser realizado com confiabilidade alta (boa e excelente) para todas as ferramentas, com destaque para o halter que não necessita de uma sessão prévia de familiarização. Para o teste de resistência muscular, diferentes porcentagens devem ser utilizadas para obter confiabilidade melhor para cada ferramenta, com destaque para banda elástica à 80%. Por fim, o teste apresenta contribuição anaeróbica significativamente maior comparada à contribuição aeróbica para todas as ferramentas exceto para o halter, informação importante para escolha da ferramenta e do teste dependendo do objetivo do tratamento.