Crenças de autoeficácia de professores universitários, qualidade de vida e síndrome de Burnout

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Matos, Mayara da Mota [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204828
Resumo: As universidades brasileiras se caracterizam como instituições onde são desenvolvidas atividades de ensino, pesquisa e extensão, sendo os professores universitários também responsáveis por sua gestão administrativa. Como decorrência dessas diferentes demandas, a docência nessas brasileiras tem sido associada a diferentes problemas de saúde, à diminuição da qualidade de vida e ao acometimento pela Síndrome de Burnout. Por outro lado, as crenças de autoeficácia, constructo central da Teoria Social Cognitiva, se relacionam a uma melhor atuação profissional preconizando maior dedicação e esforços necessários para alcançar o sucesso mesmo em contextos desafiadores. Essas crenças foram também compreendidas como fator protetivo contra a síndrome de Burnout em professores de diversos níveis de ensino. Assim, a presente pesquisa se debruçou sobre as crenças de autoeficácia de professores universitários brasileiros, com o objetivo de investigar as relações entre essas crenças, as variáveis pessoais e profissionais, a síndrome de Burnout e a percepção de qualidade de vida de professores de universidades públicas e privadas. Teve-se como participantes 1.709 professores originários de todas as regiões do país e que representaram 78 universidades diferentes. Por meio de uma pesquisa quantitativa correlacional, aplicou-se os seguintes instrumentos de pesquisa: para mensurar a autoeficácia a Escala de Autoeficácia do Professor Universitário Brasileiro (EAPU) desenvolvida por Matos, Iaochite e Sharp (2020), o Questionário de qualidade de vida WHOQOL-Bref (WHOQOL GROUP, 1998), e um instrumento para avaliar a síndrome de Burnout, além de um questionário de caracterização do participante elaborado para essa pesquisa. Analisou-se os dados com estatística descritiva e inferencial, utilizando para tanto os softwares IBM SPSS Statistics 25 for Windows e IBM AMOS 26.0 for Windows. Os resultados indicaram que os participantes tinham crenças de moderada a alta nos quatro fatores da EAPU, sendo o maior escore na dimensão autoeficácia para as atividades de pesquisa. Como variáveis importantes para as crenças de autoeficácia destacaram-se o sexo dos participantes, a titulação, o tempo de experiência e a satisfação profissional. Com relação à qualidade de vida, os participantes apresentaram níveis moderados nos quatro domínios: físico, psicológico, do meio ambiente e das relações sociais. Com relação ao Burnout os escores médios indicaram um grupo de participantes com níveis moderados de exaustão, altos de realização profissional e baixos de despersonalização. Realizou-se uma análise de agrupamentos considerando os escores de autoeficácia, qualidade de vida e síndrome de Burnout e obteve-se cinco grupos formados por pessoas com diferentes perfis pessoais e profissionais, que são detalhadamente discutidos em relação às suas características. Por fim, por meio de uma modelagem de equações estruturais, analisou-se as relações entre autoeficácia, qualidade de vida e síndrome de Burnout encontrando-se que a autoeficácia é preditora da qualidade de vida e da dimensão realização profissional de Burnout. Encontrou-se também que a autoeficácia é preditora das dimensões exaustão emocional e despersonalização do Burnout em uma relação mediada pela qualidade de vida. Discute-se as implicações dos resultados a nível individual para os docentes universitários, além de suas consequências para as instituições universitárias