Relações de gênero e violência simbólica: reflexões sobre formação humana no contexto das redes sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Baptista, Fabiana Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182181
Resumo: Em 1935, a antropóloga norte americana Margaret Mead (1901-1978) publica Sexo e Temperamento em Três Sociedades Primitivas, na qual, é investigada a vida íntima de três tribos diferentes situadas na ilha de Nova Guiné, da infância à vida adulta. Para a autora, fica registrado a teoria de que as chamadas qualidades masculinas e femininas não são baseadas em diferenças sexuais fundamentais e determinantes, mas sim em reflexos de condicionamentos culturais de diferentes sociedades. De acordo com essa perspectiva, na contemporaneidade ocidental, a representação da mulher, social e culturalmente construída como um indivíduo de caraterísticas desabonadoras, possui implicações temporais que perpassam diversos contextos históricos, sobretudo o período final da Idade Média e o início da Idade Moderna, estando ainda presente nos dias atuais, disseminada pelas vias simbólicas da linguagem. Essa visão que se manteve no decorrer do processo histórico pode ser interpretada como uma construção social produzida não somente por instituições tradicionais como a escola, a religião e a família, como também pela mídia, com destaque para as redes sociais. Partindo de um olhar sobre a mulher inserida na história, tendo como base o conceito de violência simbólica do sociólogo francês Pierre Bordieu (1930-2002) e sua propagação através dos discursos nas redes sociais, o presente trabalho propõe uma análise desses meios enquanto espaços de formação humana, que utilizam mecanismos através dos quais o estigma social é exposto e reforçado por meio de conteúdos publicados no Facebook com marcas linguístico-discursivas da dominação masculina e, consequentemente, da violência. O conceito de gênero aqui adotado será instrumento de questionamentos das oposições pertinentes entre mulheres e homens no sentido de apontar a hierarquização cujo polo feminino está na condição de inferioridade. A partir dessa prática interpretativa e teórica pretendemos demonstrar de que modo os discursos androcêntricos constituídos social e culturalmente no decorrer da história continuam presentes nas redes sociais, repetindo e reiterando um discurso antigo e revelador da condição feminina.