Tambor transatlântico: memórias e oralidades da caiumba em Tietê (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Vanessa Cancian
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255765
Resumo: O presente trabalho pretende discorrer sobre a tradição da caiumba, conhecida também como tambu e batuque de umbigada, tendo como recorte geográfico principal o município de Tietê (SP), em busca de levantar histórias, memórias e palavras que evidenciam a importância dessa manifestação cultural para a construção das comunidades negras no município e nos seus arredores. Ademais, busco escrever sobre os meus caminhos percorridos perto dessa tradição, abordando aspectos que pontuem tanto as influências sócio-históricas da região, como os símbolos e memórias contadas por meio das pessoas, que contribuem para compreender a caiumba como uma ferramenta de reconstrução da história do povo negro na região e no Brasil como um todo. Através de conversas e experiências vividas junto com a comunidade, a pesquisa tem o objetivo de destacar essa tradição como uma prática cultural que mobiliza o território e os movimentos que se produzem ao redor dele. Neste sentido, observamos a importância da cultura negra caipira e paulista, alicerçada em conhecimentos ancestrais do povo bantu e que circundam suas histórias, memórias, conhecimentos e símbolos ao redor de tronco de árvore escavada chamado de tambu, que promove também encontro, festa, vida e resistência comunitária. O estudo aborda essa tradição como a materialização do Atlântico negro, chamado por Beatriz Nascimento (1989) de elo indissociável entre o povo de África e do Brasil, diante de um território que sofreu profundas transformações por conta do racismo e demais opressões vividas pelas pessoas que detêm esses saberes. Este trabalho busca ainda investigar a influência do batuque para os movimentos negros que existem em Tietê. A pesquisa tem como metodologia a realização de entrevistas, usando como base a tradição da oralidade e a utilização de uma bibliografia antirracista, pautada, sobretudo, por uma perspectiva africanista.