Língua de Herança e identidade: o caso de uma criança bilíngue franco-brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Marques, Letícia Thurler de Campos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204864
Resumo: Esta pesquisa busca refletir a formação da identidade sob a questão da hereditariedade de uma língua e a consequente busca pela sua manutenção em novas gerações em um contexto de expatriação do Brasil para a França. Para realizar este trabalho, partiu-se da perspectiva dialógico-discursiva tracejada no Círculo de Bakhtin (1976, 1997, 2006), que nos permitiu considerar, entre outros aspectos, que a entrada de cada criança na linguagem consiste em um processo particular e é dependente das diferentes interações que a criança estabelece com outros sujeitos com quem tem contato e dos gêneros aos quais ela é exposta desde o nascimento. Tal perspectiva nos permitiu, igualmente, vislumbrar caminhos para compreender a (re)construção da identidade – e os consequentes deslocamentos identitários (FRANÇOIS, 2006) – de uma criança em processo de aquisição da linguagem que reside na França e tem contato diário com o português brasileiro – na maior parte do tempo – através da mãe e da irmã. Ao longo de toda a pesquisa, foram analisadas 15 sessões de filmagem da criança bilíngue M. (2;5 – 3;2 anos) em situações cotidianas familiares, durante o período aproximado de um ano. Os enunciados produzidos pela criança foram analisados de acordo com a presença de elementos da cultura brasileira presentes nos níveis morfológico, lexical e ideológico, em ambas as línguas. Buscou-se explorar o conceito de bilinguismo em analogia à língua de herança. As análises dos dados revelam que M. é uma criança bilíngue por herança, já que é bilíngue apenas porque possui duas línguas maternas, sendo uma delas classificada como língua de herança, uma vez que elementos da língua e da cultura brasileira foram observados nas mais diversas interações.