Helmintos associados a Aquarana catesbeiana (Shaw, 1802) (Anura: Ranidae) no extremo sul do Brasil: diversidade e relações parasito-hospedeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Róger Jean
Orientador(a): Antunes, Gertrud Müller
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14236
Resumo: Investigações sobre parasitos associados aos animais silvestres no Brasil ainda são escassos, sobretudo em relação aos helmintos que parasitam anuros. O pouco conhecimento sobre a diversidade de helmintos associados a Aquarana catesbeiana no Brasil, somado ao hábito predador da espécie destacam a importância da investigação helmintológica. O trabalho teve por objetivo investigar a helmintofauna parasitária de rãs e girinos de A. catesbeiana no extremo sul do Brasil. Entre outubro de 2019 e dezembro de 2021, 57 rãs adultas e juvenis, e 145 girinos de A. catesbeiana foram coletados nos municípios de Pelotas (Cascata) e Capão do Leão (Zootecnia), Rio Grande do Sul. Os helmintos foram coletados e preparados para classificação conforme técnicas usuais em helmintologia. Os índices de prevalência (P%), intensidade média de infecção (IMI), abundância média (AM) e Intensidade de infecção (INi) foram estimados para rãs e girinos. As infecções helmínticas foram analisadas em relação: ao gênero sexual, tamanho e massa corporal e entre as duas localidades de coleta. A assembleia de helmintos parasitos de rãs A. catesbeiana foi composta por: Cosmocercidae gen. spp., Oxyascaris sp., Falcaustra sp., Spiroxys sp. (larvas), Acuariidae gen. sp. (larvas), Gyrinicola chabaudi, Spirocamallanus sp. (larva) e Pharyngodonidae gen. spp. (Nematoda); Centrorhynchus sp. (cistacanto) e cistacanto não identificado (Acanthocephala) e Haematoloechus floedae (Digenea). Os girinos estiveram parasitados por Gyrinicola chabaudi, Spiroxys sp. (larvas), e Catadiscus sp. (Digenea). A prevalência de helmintos foi maior nos machos (independentemente da localidade) e maior na localidade da Cascata (independentemente do gênero). A abundância dos helmintos apresentou correlação significativa com os parâmetros corporais dos anuros. A prevalência de Centrorhynchus sp. variou em relação a maturidade dos anuros sendo maior em adultos e sem diferenças entre entre machos e fêmea. O estudo fornece uma checklist, na qual apresenta 97 taxa de hospedeiros vertebrados para 10 taxa de Centrorhynchus registrados no continente sul-americano. A checklist demonstrou que as aves foram os principais hospedeiros definitivos, enquanto serpentes Dipsadidae e, anuros Hylidae e Leptodactylidae constituem os grupos de hospedeiros paratênicos frequentemente registrados em associação com Centrorhynchus spp. sp. Aquarana catesbeiana é registrada pela primeira vez como hospedeiro de Oxyascaris sp. e Catadiscus sp. no continente americano; larvas de Acuariidae gen. spp., Spirocamallanus sp. e Spiroxys sp., Gyrinicola chabaudi, Haematoloechus floedae e Centrorhynchus sp. na América do Sul; e Falcaustra sp. no Brasil. Nesse contexto, o estudo expande o conhecimento sobre a helmintofauna de rãs e girinos de A. catesbeiana em áreas introduzidas. Estudos complementares são necessários para ampliar o conhecimento sobre assembleia de helmintos, bem como sobre a relação parasito-hospedeiro de A. catesbeiana nos ecossistemas onde é invasora.