Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Gondim, Diego de Matos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/215015
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Resumo: |
O trabalho de pesquisa que vem sendo realizando desde 2015 tem como objetivo problematizar a produção de uma comunidade quilombola no Brasil em suas dimensões éticas, estéticas, políticas e econômicas, tendo em vista uma perspectiva espacial, denominada na tese de topogênese. Para tanto, parte-se primeiramente de uma experiência antropológica realizada na Comunidade de Remanescentes de Quilombo do Mandira, situada no interior do estado de São Paulo. No desenvolvimento da pesquisa, apresenta-se um estudo que visa evidenciar a relação do quilombo com a terra como afirmação de uma ética, estética, política e economia da circularidade e da diferença. A obra da historiadora brasileira Beatriz Nascimento é central na articulação epistemológica de toda a tese, tendo como foco a problematização das caracterizações elaboradas pela autora para conceituar o quilombo como uma instituição africana e como uma prática política. Tendo isto em vista, o quilombo é considerado como um espaço aberto ao Outro, constituindo uma política da relação que envolve a autotransfiguração de si pelo Outro, em vez de uma assimilação ou negação da diferença. Por outro lado, situa-se uma racionalidade que efetua as relações de poder que configuram a constituição de uma subjetividade cindida pelo autoritarismo e dependência. Denominada de racionalidade colonial, ela não é evidenciada apenas como uma maneira de estabelecimento econômico da colônia, mas, sobretudo, como um modelo de governamentalidade, ou seja, da produção de uma forma de governo das mentes, dos corpos e contiguamente da terra. Face a esta governamentalidade colonial, o quilombo então é situado como uma organização social que visa a dissipação das políticas de fronteirização empreendidas por esta racionalidade. A experiência antropológica na comunidade quilombola do Mandira é assumida neste exercício crítico frente às topologias coloniais conservadas em nossa contemporaneidade. Do mesmo modo, ela é utilizada dentro da dimensão crítica das relações de poder que atravessam nossas relações intersociais, marcando a emergência de problematizar os dinamismos espaciais brasileiros, bem como a racionalidade que os fecundam. Desse modo, o quilombo é assumido como um conceito que tem por princípio a invenção e a diferença como efetuação de uma prática emancipadora do colonialismo contemporâneo. Sua relação cosmológica com a terra é evidenciada como constituinte de uma cultura compósita que tem a terra como sua dimensão existencial, em oposição às culturas atávicas que têm a terra como uma conquista a ser explorada. |