Ser-natureza como trincheira : a cosmovivência de mulheres linha de frente na defesa do Território quilombola Santa Rosa dos Pretos contra o processo de duplicação da BR-135 no município de Itapecuru Mirim/MA, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Dayanne da Silva
Orientador(a): Anjos, José Carlos Gomes dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/283204
Resumo: “A espiritualidade libera todas as forças para que a luta exista. Um corpo por si só não consegue lutar sem ter a espiritualidade, então a luta é mantida pela espiritualidade”. Esta tese é fruto das alianças tecidas entre o Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (Gedmma/UFMA) e os povos e comunidades tradicionais do Estado do Maranhão e tem um compromisso ético/político com as mulheres do quilombo. Nela abordamos a cosmovivência de mulheres “linha de frente” que se cruzam na luta contra o racismo e o desenvolvimento econômico predatório, na perspectiva de entender como elas tecem autonomia, estratégias, antagonismos e alianças nas práticas do cotidiano. Buscamos escreviver como mulheres quilombolas leem território e se reproduzem nele – território este que durante o Brasil colonial foi marcado pelo processo de escravização e depois pelos projetos desenvolvimentistas gestados no Maranhão desde a década de 1950. Acreditamos que os conflitos socioambientais encontram no racismo sustentação e legitimidade dificultando a titulação dos territórios quilombolas, bem como rebaixa o protagonismo feminino. A presente pesquisa foi realizada no Território quilombola Santa Rosa dos Pretos localizado no município de Itapecuru-Mirim/MA, Brasil, e contou com o trabalho de campo entre os anos de 2021 a 2023, mas a dez anos acompanhamos como aliada e filha de santo o território quilombola e suas lutas. A escrevivência é o fio de ouro, método, metodologia e a chave de leitura de cada verso aqui narrado. A partir dela foi possível entender os processos de (re)existências das mulheres quilombolas situados em território ameaçado e danificado pela ampliação de estruturas logísticas dos grandes empreendimentos decorrentes do corredor de exportação de commodities para a passagem de mercadorias para o mercado internacional que vem se sobrepondo aos quilombos. Apresentamos também as problemáticas que envolvem a duplicação da BR-135 que desde “2017” tenta se instalar sobre os quilombos desconsiderando os vínculos territoriais e existenciais locais. Aqui está em jogo entender como a vida, a liberdade, felicidade e autonomia são possíveis nesse território mesmo ele sendo danificado por processos de instalação ou ampliação de estruturas logísticas.