Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Gabriela Canas Fernandes [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/257077
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Resumo: |
Introdução: Recém-nascidos pré-termo (RNPT), apresentam diversas complicações associadas à prematuridade, tendo a displasia broncopulmonar (DBP) como destaque devido sua alta mortalidade, complicações e comorbidades, causando impactos econômicos e sociais com comprometimento da qualidade de vida, tanto no período neonatal como no longo prazo. Diversos fatores pré e pós-natais contribuem para aumentar o risco da DBP, e o conhecimento desses fatores é útil para elaboração de estratégias que visam a redução da incidência da doença. Objetivos: Esse estudo teve o objetivo de avaliar a incidência da DBP em RNPT menores que 34 semanas, e identificar os fatores associados ao desenvolvimento da doença em uma unidade neonatal de nível terciário de assistência. Métodos: Estudo observacional de coorte retrospectiva, com dados obtidos por meio da consulta aos livros de registro da Unidade e prontuários eletrônicos. Foram incluídos RNPT menores que 34 semanas de idade gestacional, com peso de nascimento abaixo de 1500g, nascidos no serviço e internados na UTI neonatal, sem malformações maiores e sem infecção congênita grave, no período de janeiro 2017 a dezembro de 2021. Para análise do desfecho DBP e os riscos a ela associados, foram incluídos apenas os pacientes que sobreviveram até 36 semanas de idade pós menstrual (IPM). Dois grupos de pacientes, com e sem DBP, foram comparados em relação às variáveis maternas, neonatais e desfechos no curto prazo. A definição para diagnóstico de DBP foi baseada na dependência de suporte respiratório com IPM de 36 semanas. Os resultados foram apresentados de forma descritiva, por meio de valores de média e desvio padrão (DP) ou mediana e interquartis. As comparações entre os grupos foram feitas por meio do cálculo da “odds ratio” (OR), considerando valor de P menor que 0,05 para significância estatística. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa da Instituição. Resultados: Foram analisados 275 RN, com média de peso de 1140±250g e idade gestacional de 29±2 semanas. A incidência de DBP na amostra foi de 23%. Em relação às variáveis maternas, a presença de doença hipertensiva e ausência de corticoide antenatal foram mais frequentes no grupo de RN com DBP. O desenvolvimento da DBP associou-se positivamente com menores peso e idade gestacional e com piores condições de vitalidade ao nascer (APGAR < 7 no 1º e 5º minutos de vida), necessitando de ventilação pulmonar e/ou intubação na sala de parto. O uso do CPAP precoce e a utilização de ventilação não invasiva de forma exclusiva foram fatores associados ao não desenvolvimento da DBP. Em relação às morbidades neonatais as principais associações com DBP foram: sepse tardia, persistência de canal arterial, hemorragia peri e intraventricular e retinopatia da prematuridade. No grupo com DBP o uso de ventilação mecânica invasiva foi mais alto (100% vs 40% – P < 0,001), com tempo de uso de oxigênio mais elevado. O tempo de internação foi maior nos RN com DBP. Conclusão: A incidência da DBP encontrada na amostra estudada, os principais fatores associados com o desenvolvimento da doença e as morbidades a ela relacionadas foram em conformidade com os dados da literatura. Nossos resultados, reforçam a importância do uso de corticoide antenatal, a utilização de CPAP na sala de parto e a ventilação não invasiva como fatores protetores para a DBP. Os resultados encontrados neste estudo serão úteis para elaboração de um bundle de cuidados, que inclui assistência ao RNPT na sala de parto e os cuidados pós-natais na unidade de terapia intensiva. |