Avaliação do aporte nutricional dos recém-nascidos pré-termos e sua associação com o desenvolvimento da displasia broncopulmonar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Milanesi, Brunna Grazziotti
Orientador(a): Méio, Maria Dalva Barbosa Baker, Gomes Junior, Saint Clair dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47404
Resumo: Introdução: Apesar dos avanços tecnológicos no cuidado neonatal, a displasia broncopulmonar (DBP) permanece como uma morbidade frequente entre os recém-nascidos pré-termos. A DBP é resultado de um processo multifatorial onde inúmeros fatores, como o estado nutricional, atuam comprometendo o desenvolvimento do pulmão imaturo. Há muitos desafios em estabelecer um aporte nutricional adequado a estes recém-nascidos, especialmente nas primeiras semanas de vida, e não existe uma definição exata de qual seria a quantidade suficiente de proteínas e calorias para diminuir o risco de DBP. Desta forma, torna-se necessário avaliar o aporte nutricional e o impacto que ele pode ter no surgimento da doença e no crescimento desses recém-nascidos. Objetivo: Avaliar o aporte nutricional dos recém-nascidos com idade gestacional menor do que 32 semanas ao nascer, nas primeiras quatro semanas de vida e sua associação com o desenvolvimento de DBP com 36 semanas de idade gestacional corrigida. Métodos: Estudo de coorte em recém-nascidos com idade gestacional inferior a 32 semanas. O critério de definição de DBP foi estar em uso de oxigênio com 36 semanas de idade gestacional corrigida. Informações sobre variáveis perinatais foram coletadas do prontuário e o aporte nutricional recebido nas quatro primeiras semanas foi obtido prospectivamente e registrado em um software. Foram realizadas medidas antropométricas ao nascimento, no momento da alta hospitalar e na idade corrigida de termo, e transformadas em escore Z, utilizando-se a curva de referência de Fenton (2013). Resultados: Foram incluídos 78 recém-nascidos no estudo e a prevalência de DBP foi de 20,5%. O grupo de crianças com DBP necessitou com maior frequência de ventilação mecânica invasiva e não invasiva, e apresentou maior incidência de sepse neonatal O tempo de dieta zero, de nutrição parenteral e para alcançar dieta plena foram maiores no grupo de pacientes com DBP. Houve diferença entre os dois grupos de pacientes quanto à taxa hídrica e calórica recebidas na terceira e quarta semana, e de lipídios na quarta semana. O crescimento foi analisado por meio de valores de escore Z de peso ao final das primeiras quatro semanas de vida e com idade corrigida de termo. Ao final da primeira semana, essas medidas eram semelhantes entre os dois grupos, porém na idade corrigida de termo os pacientes com DBP apresentaram menores escores em todas as medidas, que foi ainda mais acentuado nos recém-nascidos com idade gestacional igual ou inferior a 29 semanas. Utilizando o modelo de regressão logística e considerando os fatores neonatais e a razão caloria/proteína, observou-se que os fatores que melhor prediziam a DBP foram a sepse, com um risco de 11 vezes, e a razão caloria/proteína menor do que 25 kcal/grama, com um risco de 2,1 vezes. Conclusão: O aporte nutricional, especialmente a oferta calórico proteica, influenciou no desenvolvimento de DBP com 36 semanas de idade gestacional corrigida. Os recém-nascidos com DBP apresentam comprometimento do crescimento, de acordo com os escores Z de peso na idade corrigida de termo, sendo mais acentuado nos pré-termos extremos, quando comparado ao grupo de recém-nascidos sem a doença.