Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Martins, Bruna Letícia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/255840
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Resumo: |
A interferência de fatores nutricionais sobre o sistema imunológico apresenta grande relevância para o controle ou progressão de doenças infecciosas. Sabe-se que o ferro é essencial para a sobrevivência e multiplicação de patógenos e que a vitamina D possui papéis que vão além de sua função clássica e tem sido apontada como um potente estimulador de mecanismos associados com a eliminação de patógenos. Na hanseníase existem muitos mecanismos fisiopatológicos parcialmente compreendidos, como o impacto de nutrientes sobre a progressão da doença. Para avaliar a influência do status do ferro e vitamina D sobre a infecção pelo M. leprae em camundongos BALB/c, animais infectados receberam dietas deficientes ou suplementadas de ferro ou vitamina D e ração padrão. Após 100 dias de infecção, os coxins plantares foram processados e analisados quanto ao índice baciloscópico, expressão proteica e gênica de mediadores do metabolismo do ferro (hepcidina/HAMP1, ferroportina/SLC40A1 e lipocalina-2/LCN2) e da vitamina D (catelicidina/CAMP, beclina-1/BECN1 e interferon-γ/IFNG). Os efeitos da suplementação e restrição dietética de ferro e vitamina D também foram avaliados in vitro pela quantificação da secreção de citocinas pelas células peritoneais totais e esplenócitos obtidos de camundongos BALB/c não infectados que receberam as diferentes dietas aqui avaliadas. A suplementação de ferro no grupo infectado não aumentou os níveis séricos desse elemento como nos animais não infectados que receberam a mesma dieta. Os resultados de baciloscopia mostraram menor multiplicação do M. leprae nos animais que receberam a dieta restritiva de ferro. As análises moleculares revelaram que a deficiência de vitamina D favoreceu significativamente as expressões dos genes SLC40A1, CAMP e BECN1, enquanto que in situ apenas a expressão da catelicidina foi mais induzida nas condições de restrição de vitamina D e de suplementação de ferro. Foram observadas ainda uma correlação negativa entre a multiplicação bacilar e a expressão do gene SLC40A1 na condição nutricional padrão, bem como uma correlação positiva entre a expressão proteica de catelicidina e a multiplicação bacilar sob condição de suplementação de ferro. Os resultados in vitro mostram que nas células peritoneais a suplementação de vitamina D e a restrição de ferro diminuíram a produção de IL-6 e TNF em resposta ao M. leprae, enquanto os esplenócitos apresentaram redução na produção de TNF nessas mesmas condições. Níveis mais baixos de IFN-γ foram observados tanto nos esplenócitos suplementados quanto deficientes de ferro. Além disso, suplementação com ferro também diminuiu as produções das interleucinas 6 e 10. Nossos resultados apontam para um interferência do status desses nutrientes na interação entre o hospedeiro e o M. leprae, com potencial para interferir na progressão da hanseníase, doença que está significativamente associada a condições sociais desfavoráveis. |