Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Magosso, Natália [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/296022
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Resumo: |
A placenta é um órgão materno-fetal essencial para o desenvolvimento adequado do feto, formando a interface entre a circulação da mãe e do feto. Continuamente, os seres humanos são expostos a desreguladores endócrinos (DEs), sendo que, na população de gestantes, estes podem interferir no desenvolvimento da prole. Os ftalatos, classificados DEs, são utilizados como plastificantes para garantir maior maleabilidade e flexibilidade aos plásticos. Quando o plástico é descartado no meio ambiente, ele se degrada em microplásticos (MPs) e nanoplásticos (NPs). É alarmante a quantidade de lixo plástico que vem se acumulando nos ecossistemas terrestre e aquático, o que tem se tornado um dos maiores desafios de saúde pública no mundo. A hipótese deste trabalho foi que condições adversas durante a gestação, como a exposição aos ftalatos e micro-nanoplásticos (MNPs), poderiam comprometer a saúde materna e alterar os processos celulares e bioquímicos desempenhados pela placenta trazendo consequências ao desenvolvimento da prole. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar se a exposição gestacional a uma mistura de ftalatos e MNPs interfere na interface materno-fetal, ao alterar a eficiência reprodutiva feminina, a morfologia placentária, o microbioma materno e fetal, e alterar o desenvolvimento fetal. Para isso, ratas prenhes da linhagem Sprague Dawley foram distribuídas em 6 grupos: CTR: (controle; veículo); T1: 20µg/kg/dia da mistura de ftalatos (MF); T2: 200mg/kg/dia MF; T3: 1mg/kg/dia de nanoplásticos 100 nm (NPs); T4: 20µg/kg/dia MF + 1mg/kg/dia NPs 100 nm; T5: 200mg/kg/dia MF + 1mg/kg/dia NPs 100 nm. O tratamento foi feito via oral do dia gestacional 5 (DG5) ao DG20. No DG20, 6-8 ratas de cada grupo foram anestesiadas e submetidas a laparotomia. Os fetos foram isolados, pesados e fixados para as análises viscerais e esqueléticas. Foram coletados os ovários e o útero para o registro de corpos lúteos, e sítios de implantação e reabsorções. As placentas seguiram para análises histológicas (HE), e moleculares (RTq-PCR e Western Blotting) para avaliação da expressão gênica e proteica de alvos relacionados com estresse oxidativo, sinalização celular, fatores de crescimento. Por fim, foram coletadas amostras fecais das mães no DG20 e de ratos pós-desmame no dia pós-natal (DPN) 22, para análise do microbioma intestinal. Os resultados indicaram aumento da perda pré-implantacional nos grupos T3, T4 e T5; redução do peso placentário e aumento de sua eficiência na prole masculina no grupo T3. Também foi observada uma diminuição na distância anogenital na prole feminina (T1) e masculina (T2), e uma redução no número de fetos com peso adequado para a idade de prenhez no T3. Além disso, houve aumento nos níveis de expressão gênica de alvos relacionados à diferenciação de células trofoblásticas e fatores de crescimento relacionados à angiogênese na placenta, principalmente nos grupos T3, T4 e T5. Em relação ao microbioma materno, houve redução da diversidade alfa no grupo T1, e aumento da classe Bacilli e das ordens Bacillales e Lactobacillales, nos grupos T2, T3 e T4. Dessa forma, os resultados encontrados demonstram que os NPs, isolados ou em combinação com os ftalatos, induziram alterações materno-placentários. |