Avaliação dos tratamentos empregados em casos de Bronquiolite Viral Aguda diagnosticados no Pronto Socorro Pediátrico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – Estudo retrospectivo de 5 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ganan, Camila Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202126
Resumo: INTRODUÇÃO: A Bronquiolite é uma doença viral que ocorre em lactentes e é uma das principais causas de internações em hospitais, nessa faixa etária. Geralmente, é auto-limitada e com curso benigno. O principal agente etiológico que causa essa doença é o Vírus Sincicial Respiratório. O único tratamento comprovadamente eficaz é o de suporte (fornecer O2, manter criança hidratada e calma, além da higienização das vias aéreas superiores). É uma doença que tem poucas intervenções comprovadamente eficazes e gera bastante desconforto no paciente, familiares e também nos profissionais da saúde que dão assistência a essa criança. Assim, é comum o uso de terapias farmacológicas, apesar da falta de evidências científicas da sua utilidade, na tentativa de melhorar a sintomatologia do paciente, diminuir tempo de internação e desfechos desfavoráveis. OBJETIVOS: Avaliar a frequência dos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos empregados aos pacientes que receberam o diagnóstico de BVA no PSp do HC da FMB nos últimos 5 anos; Avaliar a evolução da BVA nesses pacientes; Elaborar um protocolo de tratamento para paciente com diagnóstico de BVA com base nas recomendações internacionais. MÉTODOS: Estudo retrospectivo longitudinal incluindo todas as crianças que receberam o diagnóstico de BVA no pronto socorro pediátrico do HC da FMB no período de 01 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2018. Os pacientes foram comparados quanto a idade, mês do ano em que procuram o PSp, características clínicas pré e pós abordagem inicial, necessidade de assistência ventilatória e desfecho. Dados foram obtidos do prontuário eletrônico. Foi utilizada análise descritiva dos dados e Teste Qui quadrado. RESULTADOS: Foram analisadas 614 crianças com o diagnóstico de Bronquiolite Viral Aguda. 58,3% eram do sexo masculino. A média da idade foi de 5,21 meses. Há concentração dos casos entre Abril e Julho (63,19%). 58% necessitaram de suplementação de O2. Para VSR, dos 373 que testaram, 190 (50,94%) mostraram resultado positivo.18,24% do total tiveram descrição no prontuário de algum tipo de complicação. A terapêutica inicial utilizada no PS foi dividida (1) sem intervenção; (2) Lavagem nasal com SF0,9%; (3) Nebulização com Fenoterol; (4) Nebulização com Fenoterol + lavagem nasal com SF 0,9%; (5) Nebulização com SF 0,9%; (6) Oxigenioterapia apenas. que a maioria (69,8%) dos pacientes receberam como primeira escolha terapêutica o uso de algum fármaco, principalmente o broncodilatador inalatório (60,6%). todos os tratamentos se relacionaram a diminuição de sibilos auscultados de forma significativa estatisticamente. Os tratamentos que apresentaram maiores taxas de melhora no padrão respiratório dos lactentes foram a lavagem nasal com SF0,9% e a oxigenioterapia. Ao analisarmos a quantidade de pacientes que foram internados de acordo com o tratamento empregado, temos como maiores taxas aqueles que receberam algum tipo de fármaco. CONCLUSÃO: A evolução dos pacientes com BVA depende principalmente de como o organismo reage à infecção e não a forma que o paciente é tratado. Assim como é visto na literatura, nenhum tratamento se mostrou eficaz ao mudar o desfecho da BVA. O uso de fármacos parece estar associado a maior preocupação do médico, devido a maior gravidade dessas crianças. Assim, a criação de um protocolo que pode ser utilizado em qualquer serviço de saúde, que unifica as medidas que devem ser tomadas ao se atender um paciente com BVA, diminuindo as intervenções desnecessárias.