Resistência de genótipos de couve-de-folha Brassica oleracea var. acephala (l.) a Brevicoryne brassicae (L.) (Hemiptera: Aphididae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Canassa, Vinícius Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
EPG
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182563
Resumo: A família Brassicaceae contém aproximadamente 3700 espécies, das quais apenas vinte são consumidas e cultivadas. A couve-de-folha [Brassica oleracea (L.) var. acephala] destaca-se entre as hortaliças como alimento importante para o consumo humano, possuindo níveis significativos de vitaminas A, C, K e ácido fólico, além de ser uma boa fonte de fibra. As brassicas também são conhecidas por terem elevado conteúdo de glucosinolatos, os quais são associados com a colonização de insetos-praga, além de reduzirem os riscos de ocorrecia de vários tipos de câncer em humanos. Um dos desafios para a cultura da couve-de-folha é a alta incidência de pragas em todas as fases da planta, sendo o pulgão Brevicoryne brassicae (L.) (Hemiptera: Aphididade) considerado espécie-chave para várias regiões. Esse pulgão é responsável por danos diretos e indiretos às plantas, prejudicando seu desenvolvimento e reduzindo seu valor comercial. A aplicação de inseticidas sintéticos é a principal tática de controle adotada pelos produtores para o manejo do afídeo, provocando impactos ambientais e colocando em risco a saúde do ser humano. O uso de resistência varietal no controle de pragas pode ser uma ferramenta valiosa para o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e pode ser usado junto com outros métodos de controle. Neste estudo foi caracterizada a expressão de antibiose e/ou antixenose em 37 genótipos de couve-de-folha sobre B. brassicae por meio de bioensaios em casa de vegetação. Também foi avaliado o comportamento alimentar de B. brassicae em genótipos de couve-de-folha com expressão de antixenose e/ou antibiose por meio de Electral Penetration Graph – EPG. Adicionalmente, verificou-se teores de glucosinolatos, cera epicuticular e dureza das folhas, a fim de estabelecer possíveis correlações com o comportamento alimentar do afídeo. Os genótipos 20T e 24X foram os menos infestados no teste de preferência. 2B, 5E, 8H, 19S, 21U, 27VA, 30OP, PE, MGH e TP impediram que B. brassicae completasse o período ninfal, indicando a expressão de antibiose e/ou antixenose. Os genótipos 4D, GAU, 20T, 14N e MGI impediram que o pulgão atingisse a fase reprodutiva, também indicando resistência. Com base nos ensaios de EPG, os genótipos 22V, 5E e 27VA apresentaram elevado número de ondas Pd (queda de potencial), indicando que os fatores antioxenóticos são os principais responsáveis pela resistência verificada nesses materiais. 22V e 24X, por requererem mais tempo até o início de alimentação em floema, também indicam a antixenose como categoria de resistência presente. Os genótipos 22V e PE apresentaram elevada índice de dureza foliar, o que justifica a ocorrência de antixenose. 20T e HS apresentaram maior quantidade de cera e cera/mg. Em 20T, é possível que os fatores antioxenóticos estejam relacionados a outros aspectos físicos (cor) ou químicos (voláteis), uma vez que os parâmetros de alimentação foram semelhantes aos do genótipo HS (suscetível). Os parâmetros de alimentação de ARI e 24X também foram semelhantes aos observados com o HS, de tal forma, a antibiose é provavelmente a categoria de resistência predominante nesses materiais. 24X apresentou maior quantidade de sinigrina; ARI e HS apresentaram maior quantidade de glucobrassicina; ARI apresentou maior quantidade de glucorapharina, enquanto HS apresentou maior quantidade de gluconapina. Como o genótipo HS foi considerado padrão suscetível neste estudo, é provável que o elevado teor de gluconapina não influencia o comportamento alimentar do afídeo. Os dados obtidos neste estudo podem ser úteis para programas de melhoramento com foco no desenvolvimento de brássicas resistentes a B. brassicae.