Desfecho clínico tardio da cirurgia bariátrica: peso, técnica cirúrgica e consumo alimentar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Damin, Denise Helena de Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154967
Resumo: A obesidade é resultante de uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e metabólicos, cujo controle dos casos extremos tem se realizado com cirurgia. Embora efetivos, os resultados da cirurgia são variáveis e pouco se sabe sobre os efeitos em longo prazo. Objetivo: avaliar o efeito tardio da cirurgia bariátrica considerando técnica cirúrgica, consumo alimentar e as variações de peso, diante de um desfecho clínico desejável e indesejável. Métodos: Este estudo prospectivo não concorrente envolveu a participação de 74 mulheres (idade 42,2 ± 6,2 anos; IMC 44,7 ± 6,5 kg/m2) submetidas à cirurgia de derivação gástrica em Y-Roux (DGYR). Os pacientes foram categorizados em dois grupos de acordo com a variação de peso pós-cirúrgica: Grupo 1 – variação ≤10% do menor peso alcançado (desfecho desejável); Grupo 2 – reganho de peso >10% do menor peso alcançado (não desejável). Foram avaliados peso corporal, % perda do excesso de peso (%PEP), peso mínimo atingido, presença de comorbidades, consumo de energia e macronutrientes e Baros. Resultados: Após 6 anos da cirurgia, 35/74 pacientes apresentaram reganho de peso >10% do menor peso atingido (Grupo 2). Os grupos eram homogêneos para variáveis pré-cirúrgicas. A mediana do menor peso atingido para os pacientes do Grupo 1 foi de 74 (67,8 - 80) kg e 71,4 (64,6 – 80,8) Kg para os pacientes do Grupo 2, alcançados em 24 (18 – 42) e 18 (12 – 24) meses, respectivamente (p=0,017). O %PEP dos pacientes do Grupo 1 foi de 77% e 66% para presença e ausência do anel (p=0,011) e de 59% e 54%, respectivamente, para o grupo 2 (p=0,428). A estimativa de consumo sugere redução gradativa de energia nos tempos avaliados, com aumento significativo do consumo de carboidratos (g) e lipídeos (g) nos dois grupos. Os grupos não diferiram quanto ao consumo total de proteína (g). No Grupo 1 foi encontrada estimativa de consumo de 0,7 (0,5 – 0,9) g de proteína/Kg/dia e no Grupo 2 de 0,5 (0,3 – 0,6) g de proteína/Kg/dia (p<0,05), valores inferiores ao recomendado para esta população. Na avaliação da qualidade de vida pelo Baros, o G1 apresentou mediana de escore superior ao G2, respectivamente 21 (20 - 23) e 20 (19 - 22) (p=0,036). Conclusão: O alcance do menor peso pós-cirúrgico antes de dois anos da cirurgia sugere desfecho clínico indesejável em 6 anos. O uso da técnica cirúrgica com o anel Silastic favoreceu o aumento do %PEP em pacientes com desfecho clínico desejável. O consumo alimentar não determinou o desfecho clínico, porém o baixo consumo protéico ao longo do período pós-operatório esteve presente em pacientes com reganho de peso >10% do menor peso atingido. Os pacientes com ganho de peso dentro do desejável apresentam melhor qualidade de vida.